Estudo aponta que terapias simples superam drogas em dor no joelho

Neijiang — InkDesign News — Uma meta-análise publicada em 18 de junho de 2025 na revista PLOS One aponta que joelheiras, hidroterapia e exercícios físicos surgem como as terapias não medicamentosas mais promissoras para o tratamento da osteoartrite do joelho. O estudo, conduzido por pesquisadores do Primeiro Hospital Popular de Neijiang, China, avaliou dados de quase 10 mil pacientes.
O Contexto da Pesquisa
A osteoartrite do joelho (OAJo) representa uma das condições mais comuns e debilitantes entre adultos mais velhos, caracterizando-se por dor e rigidez articulares que afetam significativamente a mobilidade e a qualidade de vida. O tratamento tradicional frequentemente baseia-se no uso de anti-inflamatórios, associados a riscos gastrointestinais e cardiovasculares. A busca por alternativas eficazes e seguras tem sido constante na literatura científica, especialmente diante do envelhecimento populacional e do impacto socioeconômico da doença.
Resultados e Metodologia
O estudo revisou 139 ensaios clínicos, somando quase 10 mil participantes e investigando 12 tipos de terapias não medicamentosas, entre elas laserterapia, estimulação elétrica, joelheiras, palmilhas, bandagem funcional, hidroterapia, exercícios e ultrassom. Por meio de uma análise de rede, foi possível comparar e ranquear a eficácia relativa dos tratamentos.
As joelheiras destacaram-se em todas as categorias, sendo mais eficazes para reduzir dor, melhorar a função e aliviar rigidez. A hidroterapia, que envolve exercícios em água aquecida, mostrou resultados especialmente positivos para o alívio da dor, enquanto o exercício físico tradicional também apresentou benefícios consistentes tanto na dor quanto na função. Terapias como laser de alta intensidade e ondas de choque também evidenciaram algum benefício, porém o ultrassom ficou na última posição quanto à eficácia.
Os pesquisadores destacam limitações como diferenças nos desenhos dos estudos analisados, tamanhos amostrais reduzidos e variabilidade na duração dos tratamentos. Ainda assim, ressaltam que intervenções fisioterapêuticas têm efeito promissor e podem representar alternativas sem os riscos associados aos medicamentos anti-inflamatórios.
Knee braces, hydrotherapy, and exercise are the most effective non-drug therapies for knee osteoarthritis. They reduce pain and improve mobility without the gastrointestinal or cardiovascular risks linked to common pain medications.
(“Joelheiras, hidroterapia e exercícios são as terapias não medicamentosas mais eficazes para a osteoartrite do joelho. Elas reduzem a dor e melhoram a mobilidade sem os riscos gastrointestinais ou cardiovasculares associados a medicamentos analgésicos comuns.”)— Yuan Luo, pesquisador, First People’s Hospital of Neijiang
Our analysis of nearly 10,000 patients reveals that simple, accessible therapies like knee bracing and water-based exercise outperform high-tech options like ultrasound. This could reshape clinical guidelines to focus on safer, lower-cost interventions.
(“Nossa análise de quase 10 mil pacientes revela que terapias simples e acessíveis, como uso de joelheiras e exercícios aquáticos, superam opções de alta tecnologia como o ultrassom. Isso pode reformular diretrizes clínicas para priorizar intervenções mais seguras e econômicas.”)— Yuan Luo, pesquisador, First People’s Hospital of Neijiang
Implicações e Próximos Passos
Os achados reforçam o potencial de intervenções físicas para o manejo da OAJo, apoiando diretrizes clínicas mais favoráveis a abordagens não invasivas e de baixo custo. Os autores sugerem que estudos futuros deverão analisar a eficácia clínica de terapias combinadas e avaliar sua relação custo-efetividade, ampliando o entendimento sobre os melhores protocolos para diferentes perfis de pacientes.
Especialistas comentam que a mudança de foco, apoiada por evidências robustas, pode levar à revisão das políticas de saúde pública e ao fortalecimento do acesso dos pacientes a intervenções fisioterapêuticas.
A expectativa é que novas pesquisas, mais abrangentes e padronizadas, possam detalhar o impacto de combinações terapêuticas e contribuir para tratamentos mais precisos e personalizados para milhões de acometidos pela osteoartrite do joelho.
Fonte: (ScienceDaily – Ciência)