
Brasília — InkDesign News — O Brasil enfrenta preocupações contínuas em relação ao vírus da chikungunya, mais de dez anos após seus primeiros casos no país, conforme alertou a reumatologista Viviane Machicado Cavalcante, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia. O tema foi abordado durante o Congresso Nacional de Reumatologia, que ocorre em Salvador (BA).
Contexto e objetivos
O chikungunya, doença viral transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, continua a ser uma fonte de preocupação em saúde pública no Brasil. O controle do vetor é visto como um dos maiores desafios no manejo da doença, particularmente em regiões onde as condições de saneamento básico são deficientes. O público-alvo inclui a população geral, especialmente aquelas em áreas tropicais afetadas pela proliferação desses mosquitos.
Metodologia e resultados
Recentemente, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgou um alerta sobre surtos localizados de chikungunya nas Américas, destacando que os maiores surtos de 2025 estão concentrados na América do Sul. Até 9 de agosto de 2025, 14 países relataram 212.029 casos suspeitos e 110 mortes. Somente neste ano, o Brasil registrou 121.803 casos e 113 mortes confirmadas até 17 de setembro. A reumatologista enfatizou a necessidade de um sistema de saúde robusto.
“Ainda existem muitos desafios para a gente tratar e controlar essa doença no Brasil. O primeiro destaque que temos é o controle desse vetor… Dependendo da região, não existem ambulatórios suficientes no Brasil para acompanhar esse paciente.”
(“There are still many challenges for us to treat and control this disease in Brazil. The first highlight we have is the control of this vector… Depending on the region, there are not enough clinics in Brazil to monitor this patient.”)— Viviane Machicado Cavalcante, Presidente, Sociedade Baiana de Reumatologia
Implicações para a saúde pública
A proliferação do chikungunya demanda estratégias rigorosas para controle dos vetores, considerando que a presença conjunta de múltiplos arbovírus aumenta o risco de surtos e complicações. A vacina contra a chikungunya, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a Valneva, recebeu aprovação da Anvisa, mas a suspensão pela FDA devido a efeitos adversos graves levanta questões sobre sua segurança.
“Essa suspensão… pode fazer com que a Anvisa também reavalie sua decisão em relação ao mesmo imunizante.”
(“This suspension… may cause Anvisa to also reevaluate its decision regarding the same vaccine.”)— Viviane Machicado Cavalcante, Presidente, Sociedade Baiana de Reumatologia
A prevenção da chikungunya continua a depender da erradicação de criadouros de mosquitos, essencial para minimizar a disseminação da doença. Enquanto o Brasil caminha para compreender melhor as dimensões dessa epidemia, a coordenada ação conjunta entre as instituições de saúde pública e a população se torna vital.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)