
São Paulo — InkDesign News — O dólar à vista registrou alta ante o real nesta quarta-feira (7), impulsionado pelo otimismo em relação a uma possível redução das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, enquanto investidores aguardam as decisões do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil sobre políticas monetárias que influenciam inflação, juros e crescimento.
Panorama econômico
O cenário global marcou o início da sessão com um movimento de maior apetite por ativos considerados de maior risco, motivado pelas expectativas de que as autoridades norte-americanas e chinesas possam dar início a discussões comerciais neste fim de semana. Segundo comunicados de Washington e Pequim, representantes econômicos dos dois países vão se reunir na Suíça para debater a situação, gerando otimismo nos mercados de ações nos EUA e na Ásia.
Paralelamente, o Federal Reserve dos EUA estava programado para anunciar sua decisão de política monetária às 15h (horário de Brasília), com projeções majoritariamente favoráveis à manutenção da taxa de juros. A atenção concentra-se em qualquer indício futuro sobre cortes nos juros, em meio ao impacto das tarifas sobre a inflação e o crescimento econômico. Jerome Powell, presidente do Fed, concedeu coletiva após o anúncio, que influenciou a percepção sobre a força do dólar.
No mercado doméstico, o foco principal era a decisão do Banco Central do Brasil sobre a taxa Selic, que deve sofrer novo aumento, embora haja dúvidas sobre a magnitude deste ajuste. O Banco já elevou os juros em 100 pontos-base nas últimas três reuniões e sinalizou um aumento mais moderado nesta quitação.
Indicadores e análises
Às 10h19, o dólar à vista avançava 0,33%, cotado a R$ 5,7314 na venda. O índice do dólar frente a uma cesta de seis moedas apresentava leve recuo de 0,06%, situando-se em 99,447. O Ibovespa, principal referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,21%, alcançando 133.802,52 pontos na mesma faixa de horário.
Operadores no mercado financeiro projetavam 74% de chance de um aumento de 50 pontos-base na taxa Selic, em contraposição a 26% para um movimento de 25 pontos-base. No mercado americano, análises indicavam que o banco central deve manter as taxas inalteradas, mas com possibilidade de cortes de até 78 pontos-base até o fim do ano, iniciando em julho.
“A atenção dos investidores estará voltada ao discurso do chair do Fed, que ocorrerá logo após o anúncio. Qualquer sinal de que não há pressa para novas reduções poderá fortalecer o dólar.”
(“Investors’ attention will be focused on the Fed chair’s speech, which will take place shortly after the announcement. Any sign that there is no rush for further cuts could strengthen the dollar.”)— Fernanda Campolina, especialista em câmbio da One Investimentos
Impactos e previsões
O mercado financeiro reage aos eventos globais e internos com cautela e expectativa. A possível redução das tensões comerciais entre Estados Unidos e China tende a suavizar dúvidas sobre o crescimento mundial, influenciando positivamente as bolsas e o apetite por ativos de risco. No Brasil, as decisões sobre a taxa Selic impactam diretamente os custos de crédito e a inflação, enquanto o comportamento do dólar exerce pressão sobre os preços de importados e exportados.
“Minha impressão é que isso será uma questão de redução das tensões”, afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, destacando o significado do encontro entre as potências para a economia global.
“Minha impressão é que isso será uma questão de redução das tensões.”
(“My impression is that this will be a matter of tension reduction.”)— Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA
Projeções indicam que o Banco Central brasileiro pode seguir elevando a Selic para controlar pressões inflacionárias, enquanto o mercado internacional permanece atento à condução do Fed diante dos efeitos das tarifas comerciais e de indicadores econômicos em evolução.
Nos próximos dias, a leitura dos comunicados do Fed e do Banco Central, aliada ao desenvolvimento das negociações comerciais entre EUA e China, determinará o comportamento dos mercados financeiros globais e locais, assim como os rumos da inflação e dos juros no Brasil.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)