
São Paulo — InkDesign News — Um estudo recente sugere que condições habitáveis foram disseminadas por toda a Cratera Jezero, onde o rover Perseverance da NASA está explorando. As descobertas, comunicadas pouco mais de uma semana após a detecção de uma possível biosignatura, expandem o horizonte na busca por vida antiga em Marte.
Detalhes da missão
O Perseverance aterrissou em Marte em fevereiro de 2021 e, desde então, tem coletado dados sobre a Cratera Jezero, um local considerado promissor para a investigação de vida passada. A missão do rover utiliza uma carga útil que inclui, entre outros instrumentos, um espectrômetro de raios-X, o PIXL, para análise mineralógica e um novo algoritmo chamado MIST, que ajudou a identificar 24 minerais em três anos de operação.
Tecnologia e objetivos
Graças ao uso do espectrômetro PIXL e ao algoritmo MIST, os cientistas conseguiram mapear uma “arquivo mineralógico” da cratera, permitindo a identificação de três estágios distintos de interação entre água e rochas. Estes minerais fornecem insights sobre a evolução do ambiente marciano, apontando que “Jezero experimentou uma transição de fluidos quentes e ácidos para condições mais neutras e alcalinas ao longo do tempo — ambientes que consideramos cada vez mais apoiadores da vida”, disse Eleanor Moreland, autora principal do estudo.
“Esses minerais contam-nos que Jezero experimentou uma mudança de fluidos quentes e ácidos para mais neutros e alcalinos ao longo do tempo — condições que pensamos serem cada vez mais favoráveis à vida.”
(“These minerals tell us that Jezero experienced a shift from harsher, hot, acidic fluids to more neutral and alkaline ones over time — conditions we think of as increasingly supportive of life.”)— Eleanor Moreland, Autora Principal do Estudo, Rice University
Próximos passos
As investigações futuras incluirão análises em laboratório na Terra, que são cruciais para decidir se os sinais detectados são de origem biológica ou não. Segundo Katie Stack Morgan, cientista de projeto do Perseverance, “estamos perto dos limites do que o rover pode fazer na superfície”, sugerindo que os próximos passos dependerão da análise das amostras coletadas.
“Estamos perto dos limites do que o rover pode fazer na superfície.”
(“We’re pretty close to the limits of what the rover can do on the surface.”)— Katie Stack Morgan, Cientista de Projeto do Perseverance, NASA
Além disso, os cientistas consideram que as amostras coletadas serão cruciais para futuras análises de sinais de vida, com o plano de retorno de amostras para a Terra ainda incerto. A exploração contínua poderá proporcionar novos dados relevantes para a compreensão não apenas de Marte, mas também sobre as condições que sustentam a vida em outros ambientes celestes.
O impacto dessas descobertas pode ser significativo para o avanço da exploração espacial e do entendimento humano sobre a vida em outros planetas, destacando a necessidade urgente de progressos tecnológicos e colaborações no campo da astrobiologia.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)