
Brasília — InkDesign News — Profissionais da atenção primária no Brasil passarão a realizar testes que detectam sinais de transtorno do espectro autista (TEA) em crianças com idades entre 16 e 30 meses, conforme orientação do Ministério da Saúde divulgada nesta quinta-feira (18).
Contexto e objetivos
O transtorno do espectro autista (TEA) representa um significativo desafio de saúde pública, afetando cerca de 1% da população brasileira, conforme estimativas governamentais. Ao identificar sinais precoces em crianças, o novo protocolo visa garantir intervenções imediatas, melhorando a autonomia e a interação social futura dos pacientes. A linha de cuidado estabelecida tem como público-alvo os profissionais de saúde e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), com foco no rastreio e no início rápido da assistência.
Metodologia e resultados
O teste de triagem, denominado M-Chat, será aplicado a crianças na faixa etária mencionada, com o objetivo de identificar precocemente sinais de autismo. Essa abordagem permite que profissionais encaminhem as famílias para os estímulos e intervenções adequadas. O questionário do M-Chat pode ser acessado na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS. Adicionalmente, o Guia de Intervenção Precoce foi atualizado e será colocado em consulta pública, refletindo a ideia de que não é necessário um diagnóstico fechado para iniciar as intervenções.
Implicações para a saúde pública
A nova linha de cuidado traz à tona a importância do acolhimento às famílias e do suporte parental, valorizando o papel dos cuidadores no desenvolvimento infantil. Medidas como orientação parental e capacitação de profissionais da atenção primária são fundamentais para complementar o trabalho das equipes multiprofissionais. O ministério destaca que “a nova linha de cuidado também orienta sobre os fluxos de encaminhamento, esclarecendo quando o paciente atendido nos Centros Especializados em Reabilitação (CER) deve ser encaminhado a outros serviços, como os de saúde mental, caso o paciente apresente algum sofrimento psíquico”
(“The new care pathway also guides the referral flows, clarifying when a patient treated in Specialized Rehabilitation Centers should be referred to other services, such as mental health, if the patient shows any psychic suffering.”)— Ministério da Saúde.
Com essas medidas, a expectativa é de que se reduzam as sobrecargas enfrentadas pelas famílias, ao mesmo tempo que se promovam vínculos afetivos saudáveis nas interações familiares. O fortalecimento do Projeto Terapêutico Singular (PTS) também é parte dessa estratégia de tratamento individualizado.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)