Relatório aponta China perto de superar EUA na tecnologia espacial

Washington, D.C. — InkDesign News — Um novo relatório divulgado em 16 de setembro adverte que o rápido avanço da China no setor espacial pode levar o país a ultrapassar os Estados Unidos e se tornar a principal potência espacial global em até dez anos, segundo análise de especialistas. O estudo surge em meio a preocupações crescentes no Congresso norte-americano sobre a liderança dos EUA no novo cenário da corrida espacial.
O Contexto da Pesquisa
O relatório, intitulado “Redshift”, foi publicado pela Commercial Space Federation, grupo de defesa que incentiva investimentos na indústria espacial comercial dos EUA. Desde a década passada, a China demonstra desenvolvimento vertiginoso de infraestrutura e capacidades em missões espaciais, consolidando avanços importantes mesmo diante de atrasos enfrentados pela NASA e cortes orçamentários no setor.
Segundo debatedores em sessão recente no Senado, cortes no orçamento da agência espacial americana ameaçam a competitividade do país, especialmente na disputa para o retorno de humanos à Lua. Pesquisadores observam que, paralelamente, a China avança com disciplina, investimento estratégico e ganhos tecnológicos.
Resultados e Metodologia
O documento, com 112 páginas, reúne informações atualizadas sobre a trajetória da China em diversas frentes do espaço, detalhando ativos como a estação espacial Tiangong, megaconstelações de satélites e planos para colonização lunar. Constata-se, por exemplo, que enquanto a NASA adia o cronograma das missões Artemis — afetada por problemas no foguete Starship da SpaceX —, os planos chineses de pousar astronautas na Lua até 2030 seguem progredindo. Marcam presença nesta estratégia a realização do mais detalhado mapeamento geológico do satélite natural, retorno de amostras do lado oculto e desenvolvimento de foguetes reutilizáveis de grande porte.
“A China não está apenas tentando alcançar — está definindo o ritmo, desregulamentando e, por vezes, redefinindo o que significa liderança na Terra e além dela.”
(“China is not only racing to catch up — it is setting pace, deregulating, and, at times, redefining what leadership looks like on and above Earth.”)— Pesquisadores do relatório “Redshift”
Segundo o relatório, o segredo da ascensão chinesa está no robusto financiamento público e apoio a empresas privadas, cujos investimentos saltaram de US$ 164 milhões em 2016 para US$ 2,86 bilhões em 2024. Além disso, destaca-se o engajamento internacional via projetos cooperativos, como a iniciativa “Space Silk Road”, que já resultou em mais de 80 parcerias globais.
“Os Estados Unidos ainda estão à frente em várias áreas do espaço. Mas os chineses avançam muito rápido e estão prestes a nos ultrapassar nos próximos cinco ou dez anos, se nada for feito.”
(“The United States is still ahead today in a lot of areas in space. But the Chinese are advancing very quickly and poised to overtake us in the next five to 10 years if we don’t do something.”)— Dave Cavossa, presidente, Commercial Spaceflight Federation
Implicações e Próximos Passos
Os impactos previstos incluem a possibilidade de a China ser a primeira a retornar à Lua desde 1972, desenvolver uma base lunar autônoma até 2035 e lançar observatórios espaciais e megaestruturas de painéis solares em órbita. Especialistas alertam para o risco dos EUA perderem representatividade política e tecnológica global, principalmente com o descomissionamento da ISS e a ausência de uma estação estatal americana prevista para substituí-la.
O relatório ressalta a necessidade de reverter cortes orçamentários à NASA e estimular o setor privado, bem como intensificar alianças internacionais, a fim de preservar a posição dos EUA no cenário espacial.
Para o futuro próximo, os desdobramentos dependem de decisões políticas e de investimento no setor científico, já que os caminhos traçados por China e EUA poderão definir as novas fronteiras econômicas e tecnológicas do espaço para as próximas décadas.
Fonte: (Live Science – Ciência)