
Brasília — InkDesign News — Pesquisadores trazem à tona novas perspectivas sobre a genética humana, destacando avanços no entendimento dos genes, sua herança, similaridade com outras espécies e impactos em doenças como o câncer. A pesquisa revisita os fundamentos da hereditariedade desde Gregor Mendel e apresenta conexões com estudos atuais em institutos globais.
O Contexto da Pesquisa
O campo da genética moderna se fundamenta nos experimentos com plantas realizados por Gregor Mendel em 1865, no monastério de Brno, hoje na República Tcheca. Seus estudos com ervilhas permitiram entender como as características são herdadas, contrariando a então difundida ideia da “mistura” igual de traços parentais.
“Mendel mostrou que alguns traços eram dominantes e outros recessivos — uma revelação central para a genética.”
(“Mendel showed that some traits were dominant and others recessive — a key revelation for genetics.”)— Cientista-chefe, Instituto Mendel de Genética
Atualmente, os avanços científicos continuam desvendando a estrutura dos genes, seu papel na transmissão de características e sua influência no desenvolvimento de doenças. Segundo especialistas, estudos comparativos entre o DNA de humanos e de outras espécies revelam similaridades surpreendentes, principalmente entre humanos e primatas.
Resultados e Metodologia
O corpo humano possui mais de 20.000 genes, organizados nos cromossomos e dispersos tanto nos núcleos celulares quanto nas mitocôndrias. Aproximadamente 99.9% dos genes são idênticos entre todos os humanos. Com métodos de sequenciamento genético cada vez mais sofisticados, pesquisadores mapeiam o genoma completo — cerca de 3 bilhões de pares de bases — e comparam como pequenas variações influenciam traços, doenças e ancestralidade.
As técnicas atuais também distinguem DNA nuclear de DNA mitocondrial — este, herdado da mãe, revela linhagens maternas. Ferramentas como testes de ancestralidade utilizam essas diferenças para reconstruir origens geográficas e familiares dos indivíduos.
Em doenças como o câncer, os cientistas apontam que apenas 5% a 10% dos casos decorrem de mutações genéticas hereditárias, como nos genes BRCA1 e BRCA2 para câncer de mama e ovário.
“Apenas uma minoria dos casos de câncer é atribuída a alterações herdadas, enquanto fatores ambientais e combinações genéticas desempenham o papel predominante.”
(“Only a minority of cancer cases is attributable to inherited mutations, while environmental factors and genetic combinations play the predominant role.”)— Geneticista Sênior, Universidade de São Paulo
Implicações e Próximos Passos
O avanço no entendimento genético possibilita diagnósticos mais precoces e personalizados, além de terapias direcionadas. A similaridade genômica entre humanos e outras espécies, por exemplo, facilita estudos de modelos animais para prever respostas a tratamentos. A genética de populações amplia o conhecimento sobre doenças raras e escolhas reprodutivas.
A expectativa é de que, com o progresso das técnicas de sequenciamento e análises epigenéticas, novas camadas de complexidade sobre interação entre genes e ambiente sejam descobertas. Isso pode levar ao desenvolvimento de tratamentos medicamentosos sob medida e à identificação preditiva de riscos para doenças específicas.
Para os próximos anos, o foco deve se voltar a políticas de privacidade genética, ampliação dos biobancos globais e à popularização dos testes de ancestralidade, sempre atentos ao impacto ético dessas práticas.
Fonte: (Live Science – Ciência)