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San Francisco — InkDesign News — Estudos recentes vêm ampliando a compreensão sobre os benefícios do sono ao ar livre, destacando como a ausência de dispositivos eletrônicos e a exposição à luz natural podem impactar positivamente a saúde física e mental de pessoas que dormem sob as estrelas. Pesquisadores e especialistas em sono analisam as implicações desse fenômeno, sugerindo que a imersão na natureza pode reajustar o relógio biológico dos indivíduos.
O Contexto da Pesquisa
Dormir em ambientes externos, longe da poluição luminosa e ruídos urbanos, tem sido associado à melhora dos padrões de sono. Diversos estudos indicam que o contato com a natureza ajuda não apenas a reduzir o estresse, mas também a sincronizar o ritmo circadiano. Pesquisas anteriores já relacionaram a exposição ao sol com a regulação dos ciclos de sono e à melhora do bem-estar geral.
Resultados e Metodologia
Especialistas destacam dois fatores centrais para a qualidade do sono em ambientes externos: a ausência de tecnologia digital e o contato próximo com a natureza. Para a Dra. Jennifer L. Martin, da American Academy of Sleep Medicine, a ausência de elementos como “smartphones, televisores e laptops” favorece um ambiente “quieto, fresco e confortável”, favorecendo o descanso.
“Como na maioria dos tópicos relacionados ao sono, há muita personalização envolvida”
(“Like most things related to sleep, there’s a lot of personalization involved”)— Dra. Jennifer L. Martin, American Academy of Sleep Medicine
Além disso, fatores naturais como sons calmos e temperaturas amenas costumam ser mais propícios ao relaxamento do que os sons e luzes urbanas. O estudo ressalta ainda que a exposição à luz solar pela manhã regula naturalmente os níveis de serotonina e melatonina, hormônios fundamentais para o humor e a regulação do sono. “O sono humano mudou bastante com o advento da iluminação artificial”, pontua Martin, e aponta que o uso exclusivo da luz de fogueiras — predominantemente amarela e vermelha — é menos prejudicial ao ritmo circadiano do que as luzes artificiais azuladas.
“Fatores como ruído, iluminação e temperatura influenciam o sono tanto ao ar livre quanto em casa”
(“Noise, light and temperature—all of these things definitely come into play when you’re sleeping outdoors, just like when you’re in your home environment.”)— Dra. Jennifer L. Martin, American Academy of Sleep Medicine
Implicações e Próximos Passos
Os benefícios da exposição à natureza para a qualidade do sono sugerem que métodos como o “glamping” — acampamento com conforto — podem ser soluções intermediárias para pessoas que buscam os efeitos restauradores do ar livre sem abrir mão da comodidade. No entanto, especialistas alertam para riscos, como exposição a alérgenos e à fumaça de incêndios florestais. A principal recomendação permanece: manter um padrão regular de sono e valorizar a quantidade e qualidade das horas dormidas.
Os resultados evidenciam a relevância de práticas que integrem contato com a natureza e hábitos de sono saudáveis para a prevenção de doenças crônicas e promoção da saúde mental. Pesquisadores sugerem futuras investigações sobre diferentes populações e ambientes, visando identificar abordagens otimizadas para a melhora do sono em larga escala.
Fonte: (Popular Science – Ciência)