Estudo revela mudanças na paisagem após extinção dos dinossauros

São Paulo — InkDesign News —
Uma pesquisa recente revela que os dinossauros desempenhavam um papel fundamental como engenheiros de ecossistemas, promovendo a abertura de habitats na época do Cretáceo Superior. A extinção desses animais, há cerca de 66 milhões de anos, gerou uma reorganização significativa na estrutura dos ecossistemas.
Contexto da descoberta
O estudo, liderado por paleontólogos da Universidade de Michigan e da Universidade da Flórida, sugere que a evolução da vegetação após a extinção dos dinossauros estava diretamente ligada a mudanças ambientais. Segundo o paleontólogo Luke Weaver:
“É raro pensar que a vida em si poderia alterar o clima e a paisagem. A seta não vai apenas em uma direção.”
(“It’s rarely thought that life itself could actually alter the climate and the landscape. The arrow doesn’t just go in one direction.”)— Luke Weaver, Paleontólogo, Universidade de Michigan
A extinção dos dinossauros coincide com o impacto de um asteroide na Península de Yucatán, e os cientistas começaram a investigar as mudanças geológicas que ocorreram logo após este evento cataclísmico.
Métodos e resultados
No estudo, os pesquisadores analisaram a Formação Fort Union, localizada na Bacia de Williston, abrangendo partes de Montana e Dakotas. As camadas de rochas observadas, anteriormente consideradas depósitos de lagos, foram reavaliadas e identificadas como depósitos de barras de ponto, o que indica uma dinâmica fluvial intensa.
A imaginação da equipe foi alimentada por uma camada de sedimento rica em irídio, um elemento que só é encontrado em concentrações elevadas na Terra após eventos cósmicos, incluindo o impacto do asteroide. O irídio encontrado na camada de rochas entre as formações de dinossauros e mamíferos do Paleoceno foi crucial para entender a transição ambiental:
“Essa descoberta nos convenceu de que o que acontecia na Bacia de Williston não era um fenômeno isolado. Provavelmente, é verdade em toda a Região Interiores Ocidentais da América do Norte.”
(“That discovery convinced us that this isn’t just a phenomenon in the Williston Basin. It’s probably true everywhere throughout the Western Interior of North America.”)— Luke Weaver, Paleontólogo, Universidade de Michigan
Implicações e próximos passos
A pesquisa destaca que a extinção dos dinossauros permitiu o crescimento de florestas densas, o que estabilizou os sedimentos e estruturou os rios. Essa mudança não foi apenas visível na fossilização, mas também nas mudanças na composição do solo e nas deposições sedimentares.
O trabalho abre novas linhas de investigação sobre o impacto que grandes animais exercem sobre seus ecossistemas, algo que se reflete em dinâmicas contemporâneas observadas em espécies modernas como os elephants.
Assim, a pesquisa não apenas revela a influência ambiental significativa dos dinossauros, mas também estabelece um novo paradigma para entender as interações entre vida e ambiente ao longo da evolução. Futuros estudos poderão aprofundar as consequências perturbadoras da extinção dos dinossauros na biodiversidade e nos paisagens atuais.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)