São Paulo — InkDesign News — A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) apresentou em 2024 cenários econômicos relacionados à guerra comercial entre Estados Unidos e China, destacando o impacto da inflação, tarifas e mercado global sobre o agronegócio brasileiro.
Panorama econômico
O atual cenário global é marcado por instabilidades comerciais entre as duas maiores economias mundiais, os Estados Unidos e a China, que mantêm tarifas recíprocas como parte da chamada guerra comercial. Essas medidas impactam diretamente o comércio internacional de commodities, setor estratégico para o Brasil. Em evento recente promovido pela CNA, a diretora de relações internacionais da entidade, Sueme Mori, destacou os três possíveis cenários para o futuro das tarifas envolvendo essas potências.
Entre as alternativas estão: a manutenção ou intensificação das tarifas a níveis que inviabilizam o comércio; a redução das taxas para 10%, considerada pela entidade como um “patamar mínimo”; e um acordo de compras recíprocas, como o fechado em 2018, que pode representar o pior cenário para o agro brasileiro.
Indicadores e análises
Segundo Sueme Mori, “O terceiro cenário seria o que aconteceu em 2018, em que houve um acordo de compras. O pior cenário que a gente vislumbra para o Brasil seria o do acordo de compras. Isso geraria uma demanda que hoje não existe entre os países. E isso geraria um desvio de comércio prejudicial ao agro brasileiro”
(“The third scenario would be what happened in 2018, when there was a purchase agreement. The worst scenario we foresee for Brazil would be the purchase agreement. This would generate demand that does not exist today between the countries. And this would generate a trade diversion harmful to Brazilian agribusiness.”)
“A elevação de taxas é utilizada por Trump para compensar a redução de impostos dentro dos EUA.”
(“Tariff increases are used by Trump to offset tax cuts within the US.”)— Sueme Mori, Diretora de Relações Internacionais, CNA
Dados econômicos indicam que a tarifa recíproca de 10% entre EUA e China é vista pela CNA como um limite inferior, não sendo esperado que esse percentual diminua, o que influencia o cenário das exportações brasileiras de commodities agrícolas que competem com produtos norte-americanos no mercado chinês.
Impactos e previsões
O agronegócio brasileiro pode sofrer mudanças significativas no comércio internacional caso ocorra um novo acordo de compras entre Estados Unidos e China. Este cenário acarretaria um desvio dos fluxos comerciais tradicionais, reduzindo o espaço dos produtos brasileiros no mercado chinês, principal destino das exportações agropecuárias nacionais.
João Martins, presidente da CNA, expressou otimismo cauteloso ao afirmar que “o Brasil sairá bem” das atuais instabilidades comerciais, mas recomendou prudência ao avaliar esse momento global de incertezas. O comportamento das tarifas, aliado à inflação e políticas monetárias nos países envolvidos, constituirá elementos determinantes para a continuidade da competitividade do agronegócio brasileiro no exterior.
Nos próximos meses, a indústria agropecuária acompanhará atentamente negociações e decisões políticas entre Washington e Pequim, buscando mitigar riscos e fortalecer estratégias comerciais para assegurar estabilidade na arrecadação do setor, que é fundamental para a economia nacional.
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Fonte: (CNN Brasil – Economia)
