Tecnologia reduz emissão térmica em quantum computer em 10.000 vezes
Montreal — InkDesign News — Uma equipe canadense desenvolveu um dispositivo miniaturizado capaz de eliminar uma das principais fontes de calor em computadores quânticos, prometendo reduzir drasticamente seus custos operacionais. O anúncio, feito nesta semana, sinaliza avanços inéditos para a viabilidade comercial dessas máquinas, cujos processadores funcionam perto do zero absoluto.
O Contexto da Pesquisa
O universo dos computadores quânticos exige temperaturas ultra baixas para manter o funcionamento delicado dos qubits, as unidades básicas de processamento desses sistemas. Para isso, pesquisadores vêm investindo em soluções como amplificadores criogênicos, que aumentam sinais extremamente fracos emitidos pelos qubits. Contudo, esses dispositivos também geram calor, elevando a necessidade de complexos sistemas de resfriamento e limitando a escalabilidade tecnológica.
O objetivo do novo desenvolvimento é resolver justamente essa barreira. “A indústria de computação quântica continua progredindo rapidamente, mas barreiras tecnológicas persistem, e estas devem ser superadas antes que o setor possa entregar computadores quânticos em escala útil”, explicou Jérôme Bourassa, CEO e cofundador da Qubic Technologies, empresa responsável pela inovação.
Este projeto irá produzir um novo tipo de amplificador que eliminará uma dessas barreiras chave.
(“This project will produce a new type of amplifier which will remove one of those key barriers.”)— Jérôme Bourassa, CEO, Qubic Technologies
Resultados e Metodologia
A startup Qubic, sediada em Montreal, anunciou ter criado um amplificador paramétrico de onda viajante criogênico (TWPA), desenvolvido a partir de materiais quânticos ainda não especificados. Esse componente apresenta operação praticamente isenta de perda térmica, reduzindo a emissão de calor em um fator de 10.000 — “praticamente zero”, segundo comunicado da empresa.
Tais amplificadores são essenciais para medir o estado dos qubits com precisão, etapa fundamental para a análise e o controle de operações quânticas. A inovação, ao reverter a principal fonte de calor desses sistemas, pode dispensar parte significativa das estruturas de resfriamento, tornando o processo mais simples e barato.
Implicações e Próximos Passos
O impacto do dispositivo pode ser relevante para o futuro da computação quântica, removendo obstáculos que hoje dificultam sua adoção comercial em larga escala. A redução do calor potencializa o desenvolvimento de máquinas mais compactas e econômicas.
A perspectiva é que a tecnologia esteja disponível para o mercado já em 2026, conforme cronograma divulgado pela Qubic. Outras linhas de pesquisa, como qubits fotônicos operando em temperatura ambiente e sistemas autônomos de resfriamento, também se desenvolvem em paralelo, sugerindo um cenário dinâmico para o setor.
Pesquisadores investem em métodos que permitam superar limitações práticas, aproximando os computadores quânticos de aplicações cotidianas.
(“Researchers have developed a tiny device that extinguishes one of the biggest heat sources in quantum computers, cutting their running costs and potentially bringing these machines closer to commercial reality.”)— Equipe de reportagem, Live Science
Nos próximos anos, espera-se que a busca por soluções térmicas, correção de erros quânticos e novas arquiteturas de qubit acelere, pavimentando o caminho para computadores quânticos mais viáveis e acessíveis. Para acompanhar as novidades, acesse a editoria de ciência.
Fonte: (Live Science – Ciência)
