CBF enfrenta crise após pedido de afastamento de Ednaldo Rodrigues em clássico político

Brasília — InkDesign News — Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pode ser afastado do cargo após pedido da deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) ao Supremo Tribunal Federal (STF), que questiona a validade da assinatura de um acordo que confirmou sua eleição em janeiro deste ano.
Desenvolvimento do processo
A deputada, conhecida como “Daniela do Waguinho”, apresentou ao STF na última segunda-feira (05) uma petição acompanhada de um laudo que questiona a assinatura do Coronel Ricardo Nunes, ex-vice-presidente da CBF, na homologação da eleição que manteve Ednaldo Rodrigues no comando da entidade. O documento alega que a assinatura “não foi realizada de forma livre e consciente e sob plenas faculdades mentais” por Nunes.
Jorge Pagura, chefe do departamento médico da CBF, informou em 2023 que Nunes “não detinha condições físicas e cognitivas para expor seu aceite a qualquer condição que lhe fosse apresentada”. A argumentação jurídica da deputada se apoia no artigo 168 do Código Civil, que permite a anulação de “negócio jurídico ou seus efeitos”.
“A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam.”
— Nota oficial da CBF
O relator do caso no STF é o ministro Gilmar Mendes, e o presidente da corte, Luís Roberto Barroso, marcou o dia 28 de maio para a audiência que vai debater a possibilidade de anulação do acordo.
Destaques e evidências jurídicas
O pedido de afastamento surge após um acordo homologado no STF que reconheceu a legitimidade da eleição de Ednaldo Rodrigues, então reeleito presidente da CBF até 2030. O documento contestado foi assinado por cinco dirigentes, incluindo Ricardo Nunes. A deputada Daniela Carneiro sublinha que o processo eleitoral teria sido viciado por conta da condição do ex-vice.
A CBF divulgou uma nota reafirmando o compromisso da instituição com a legalidade e a transparência, descartando a reabertura do processo eleitoral e classificando o uso do laudo como “espetacularização midiática” e questionando seus interesses e origem. A entidade enfatiza que todos os atos foram legítimos, com participação de representantes oficiais.
“O processo foi legítimo e teve acordo homologado.”
— Nota oficial da CBF
Repercussão e próximos passos
O caso reúne grande interesse no cenário esportivo brasileiro, pois envolve o comando da principal entidade do futebol nacional e pode impactar diretamente na governança da modalidade. O desfecho do processo no STF poderá estabelecer precedentes sobre a validade de atos jurídicos envolvendo dirigentes esportivos e influenciar a confiança do público e dos clubes na gestão da CBF.
A expectativa é de que a audiência de 28 de maio esclareça os pontos técnicos e jurídicos sobre a validade do acordo, definindo os rumos da presidência da entidade. Até o momento, a CBF mantém sua postura de confiança no sistema judicial e afirma que segue focada na promoção do futebol brasileiro.
Fonte: (CNN Brasil – Esportes).