Trump Media mira fusão nuclear; um novo passo na cultura geek

Estados Unidos — InkDesign News — Em um movimento estratégico que reverberou no cenário da tecnologia e energia, o grupo controlador da Truth Social, Trump Media and Technology Group, anunciou sua fusão com a TAE Technologies, uma empresa privada de fusão nuclear, visando uma “revolução da inteligência artificial” e a transformação da matriz energética, apesar dos desafios inerentes à tecnologia.

Contexto e lançamento

A união entre a Trump Media and Technology Group e a TAE Technologies, avaliada em aproximadamente US$ 6 bilhões, foi divulgada na última quinta-feira e projeta a criação de uma das primeiras empresas de fusão nuclear com capital aberto no mundo. A fusão, prevista para ser concluída em meados de 2026, é justificada por seus proponentes como um esforço para ajudar a “America win the A.I. revolution” (ajudar “a América a vencer a revolução da I.A.”), sublinhando uma visão ambiciosa que transcende as esferas tecnológicas tradicionais. Planos iniciais incluem a construção da primeira usina de fusão em escala de utilidade pública em 2026, com capacidade para produzir 50 megawatts de energia, suficiente para alimentar cerca de 15.000 residências, com projetos futuros mirando entre 350 e 500 megawatts.

A Trump Media, lançada após o primeiro mandato do ex-presidente Donald Trump, inicialmente focou na plataforma de mídia social Truth Social, que enfrentou dificuldades em atrair usuários e anunciantes, e posteriormente diversificou-se em empreendimentos como criptomoedas. A TAE Technologies, por sua vez, foi fundada em 1998 e já angariou mais de US$ 1 bilhão em investimentos de grandes nomes como Google, Chevron Technology Ventures e Goldman Sachs, estabelecendo-se como uma figura proeminente no campo da energia de fusão. A nova estrutura de liderança verá Michl Binderbauer, CEO da TAE, e Devin Nunes, CEO da Trump Media, atuarem como co-CEOs da empresa combinada.

Design e especificações

A tecnologia de fusão nuclear, ao contrário da fissão utilizada nas usinas nucleares atuais que geram resíduos radioativos de longo prazo, imita o processo que energiza o Sol, combinando átomos para liberar vastas quantidades de energia. Teoricamente, a fusão pode utilizar hidrogênio como combustível, não emitir gases de efeito estufa e eliminar o risco de um colapso. Um único quilograma de combustível de fusão pode gerar a mesma energia que aproximadamente 13.000 toneladas de carvão, conforme apontado pela Universidade da Pensilvânia.

No entanto, a viabilidade comercial da fusão ainda é um desafio substancial. Nenhum reator ou usina de fusão conseguiu gerar eletricidade de forma confiável em escala comercial até o momento. Entre os maiores obstáculos estão os custos proibitivos, significativamente mais elevados que os combustíveis fósseis ou fontes renováveis como a solar. Os reatores de fusão também demandam materiais avançados e caros, capazes de suportar temperaturas e radiações extremas. Adicionalmente, embora a fusão utilize isótopos de hidrogênio como combustível, um desses isótopos é extremamente raro na natureza e de produção onerosa.

Repercussão e aplicações

A notícia da fusão provocou um salto de mais de 20% nas ações da Trump Media no pregão pré-mercado, apesar de uma queda de aproximadamente 70% no acumulado do ano. A proposta de criar uma usina de fusão de 50 MW em 2026, com o objetivo de produzir "first power" (primeira energia) até 2031, é um marco ambicioso. A liderança da TAE Technologies expressa otimismo quanto ao potencial transformador da iniciativa:

Estamos animados para identificar nosso primeiro local e começar a implantar esta tecnologia revolucionária que esperamos transformar fundamentalmente o fornecimento de energia da América.
(“We’re excited to identify our first site and begin deploying this revolutionary technology that we expect to fundamentally transform America’s energy supply.”)

— Michl Binderbauer, CEO da TAE Technologies

Apesar das incertezas, a empresa se mantém firme em seu cronograma:

A empresa planeja alcançar a “primeira energia” até 2031.
(“the company plans to achieve “first power” by 2031.”)

— Michl Binderbauer, CEO da TAE Technologies

Essa corrida pela fusão nuclear não é isolada; outras startups como a Helion Energy, apoiada por Sam Altman, também iniciaram a construção de usinas de fusão com a meta de fornecer eletricidade para centros de dados da Microsoft até 2028, evidenciando o crescente interesse e investimento no setor de energia de fusão.

O futuro da fusão nuclear permanece como um campo de intensa inovação e desafios tecnológicos. A união entre a Trump Media e a TAE Technologies sinaliza uma aposta audaciosa na viabilidade comercial dessa energia revolucionária, enquanto o setor aguarda os próximos desenvolvimentos e as demonstrações práticas que poderão redefinir o panorama energético global e impulsionar avanços significativos na cultura tech geek.

Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)