
Brasília — InkDesign News — Após mais de três horas de reunião no Palácio do Alvorada, nesta terça-feira (6), o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou que o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tratou do ressarcimento a aposentados e pensionistas prejudicados por desvios em seus pagamentos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Contexto político
O governo federal enfrenta uma crise desencadeada pela descoberta de um esquema suspeito de fraude no INSS, que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas por meio de descontos associativos não autorizados realizados nos últimos cinco anos. As investigações, conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), identificaram que valores foram descontados mensalmente e repassados a entidades e sindicatos representantes dos beneficiários, sem autorização destes.
A pasta da Previdência, com o apoio da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Dataprev, prepara um plano para viabilizar a devolução dos valores descontados indevidamente, contudo, o montante e a origem dos recursos, possivelmente do Tesouro Nacional, ainda não foram definidos, dada a limitação orçamentária da Previdência.
Reações e debates
Participaram da reunião, além de Wolney Queiroz, o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais) e Vinícius de Carvalho (Controladoria-Geral da União), além do adjunto da AGU, Júnior Divino Fideles.
“Não falamos sobre o ressarcimento hoje, não. Foi alinhamento geral com todo mundo antes do presidente viajar”
— Wolney Queiroz, Ministro da Previdência
O ministro ressaltou que ficou acertado que o presidente do INSS será o porta-voz oficial sobre o assunto, para evitar desinformações:
“Será o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, quem irá falar sobre o assunto, para ‘não ficar cada um com uma versão'”
— Wolney Queiroz, Ministro da Previdência
Desdobramentos e desafios
O governo ainda não definiu a fonte dos recursos para ressarcir os aposentados e pensionistas, e considera a criação de um canal específico para que os prejudicados possam solicitar o reembolso diretamente. Além disso, pretende responsabilizar as entidades envolvidas nos descontos indevidos pelo ressarcimento.
O processo envolve múltiplos desafios, incluindo limitações orçamentárias, a necessidade de garantir transparência e legalidade nas devoluções, e a complexidade política de um tema sensível às vésperas de um ano eleitoral.
Esse episódio pode trazer repercussões sobre a confiança nas instituições ligadas à Previdência e na gestão pública, e exige atuação coordenada entre órgãos do governo para mitigar impactos negativos e garantir reparação adequada.
O acompanhamento da evolução desse plano e o papel do governo federal na solução do problema serão determinantes para a estabilidade política e social, especialmente para a classe de aposentados e pensionistas.
Fonte: (CNN Brasil – Política)