
São Paulo — InkDesign News — Paleontologistas descreveram uma nova espécie do gênero de tartarugas extintas Craspedochelys com base em um excepcional fóssil de casco e alguns de seus ossos postcranianos na Colômbia.
Contexto da descoberta
A espécie antiga, Craspedochelys renzi, viveu durante a idade Hauteriviana do período Cretáceo Inferior, entre 132 e 125 milhões de anos atrás. Este grupo faz parte dos thalassochelydianos, tartarugas marinhas adaptadas que existiram nos períodos Jurássico e Cretáceo. A descoberta expande o conhecimento sobre esses animais, que desenvolveram adaptações para ambientes marinhos durante sua evolução.
Métodos e resultados
O fóssil foi inicialmente descoberto pelo geólogo suíço Otto Renz na região de Cuña de Cuiza, no Departamento de Guajira, na Colômbia, durante uma expedição na década de 1950. O espécime contém um casco parcial, medindo 25,5 cm de comprimento e 23,1 cm de largura, além de ossos de membros posteriores e vértebras caudais. Após ser armazenado no Naturhistorisches Museum Basel, na Suíça, o fóssil permaneceu esquecido por mais de 60 anos.
A evidência geológica conecta o espécime à Formação Moina, um depósito marinho raso do Hauteriviano.
(“Geological evidence links the specimen to the Moina Formation, a shallow marine deposit from the Hauterivian.”)— Dr. Edwin-Alberto Cadena, Paleontólogo, Universidad del Rosario
Implicações e próximos passos
A presença de Craspedochelys renzi na Formação Moina ressalta a complexa história paleobiogeográfica das tartarugas costeiras e marinhas durante o Cretáceo Inferior. Os pesquisadores ressaltaram que a nova descoberta representa a ocorrência mais jovem conhecida de thalassochelydianos globalmente e o segundo registro do grupo fora da Europa.
A descoberta de Craspedochelys renzi contribui significativamente para o entendimento dos thalassochelydianos, especialmente das tartarugas ‘plesiochelyid’, estendendo sua faixa geográfica ao norte de Gondwana.
(“The discovery of Craspedochelys renzi represents a significant contribution to the understanding of thalassochelydian, particularly of the ‘plesiochelyid’ turtles.”)— Dr. Edwin-Alberto Cadena, Paleontólogo, Universidad del Rosario
O estudo é um chamado à reavaliação de coleções históricas e destaca o potencial para novas descobertas em regiões ainda pouco exploradas, como o norte da América do Sul. Essas investigações poderão oferecer novas perspectivas sobre a dinâmica evolutiva dos thalassochelydianos e suas relações filogenéticas ainda controversas.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)