
Nova York — InkDesign News — Os contratos futuros do petróleo registraram forte alta nesta terça-feira (6), após perdas significativas em sessões anteriores, impulsionados pela recomposição de posições vendidas, retorno de compradores chineses e agravamento das tensões no Oriente Médio e Leste Europeu.
Panorama econômico
O mercado de petróleo vem operando num contexto global de incertezas políticas e econômicas que influenciam diretamente os preços. A expectativa em relação às decisões políticas monetárias dos bancos centrais nos EUA e Brasil, aliada às tensões internacionais — como ataques retaliatórios de Israel contra rebeldes houthis no Iêmen e os recentes eventos na fronteira Rússia-Ucrânia —, explicam parte da volatilidade desses contratos. O retorno dos compradores chineses após feriado também reforçou a procura, contribuindo para a recuperação dos preços.
Indicadores e análises
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato WTI para junho encerrou o dia em alta de 3,43% (US$ 1,96), atingindo US$ 59,09 por barril. De forma semelhante, o Brent para julho na Intercontinental Exchange (ICE) subiu 3,19% (US$ 1,92), cotado a US$ 62,15 o barril.
A Oil Price Information Service (Opis) destacou que “há poucas notícias que justificam a disparada dos preços do petróleo na sessão desta terça. No entanto, o movimento parece ser uma reação técnica à forte queda registrada na segunda-feira, quando os contratos futuros atingiram seu menor nível em mais de quatro anos.” (“there are few news items to justify the spike in oil prices in Tuesday’s session. However, the move appears to be a technical reaction to the sharp drop recorded on Monday, when futures contracts hit their lowest level in over four years.”)
Impactos e previsões
Além do impacto do cenário geopolítico, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou aumento na produção, o que inicialmente atraiu vendedores, mas que acabou sendo contrabalançado por indícios de desaceleração na produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos. Empresas como a Diamondback Energy ajustaram para baixo suas previsões de produção e sinalizaram menor atividade de perfuração terrestre, indicando que os preços baixos já começaram a afetar a oferta.
“A Diamondback Energy reduziu sua previsão de produção e alertou para uma queda nas atividades de perfuração em terra, sugerindo que os preços baixos estão começando a impactar a produção.”
(“Diamondback Energy has lowered its production forecast and warned of a decline in onshore drilling activities, suggesting that low prices are starting to impact production.”)— Oil Price Information Service (Opis)
O Departamento de Energia dos EUA (DoE) informou que o aumento dos estoques de petróleo deve levar a um preço médio do Brent em torno de US$ 62 por barril no segundo semestre de 2024 e US$ 59 por barril em 2025. Em relatório anterior, o DoE previa preços maiores, com US$ 68 em 2025 e US$ 61 em 2026.
“O aumento dos estoques deve resultar em preços médios menores do Brent daqui para frente.”
(“Rising inventories are expected to result in lower average Brent prices going forward.”)— Departamento de Energia dos EUA (DoE)
Para consumidores e a indústria, as flutuações de preços do petróleo têm impacto direto sobre custos de produção e preços de combustíveis, como diesel e gasolina, afetando também a inflação e dinâmicas cambiais.
O mercado segue atento a novos desdobramentos geopolíticos, decisões de política monetária global e dados de produção, que continuam a ser determinantes para a trajetória dos preços do petróleo nos próximos meses.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)