
Buenos Aires — InkDesign News — A agência de classificação de risco Moody’s indicou nesta terça-feira (6) a possibilidade de elevação gradual da nota de crédito da Argentina, estimando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% em 2025, abaixo da expectativa de 5% do mercado, em meio à dinâmica inflacionária e ajustes fiscais no país.
Panorama econômico
No contexto global de recuperação econômica pós-pandemia, a Argentina enfrenta desafios significativos, incluindo alta inflação e ajustes em sua política monetária e fiscal. Desde dezembro de 2023, sob a administração do presidente Javier Milei — cujo governo promoveu um rigoroso corte nos gastos públicos — a inflação oficial do país recuou de 211% para 118% em 2024. Ademais, o levantamento das restrições cambiais, conhecidas como “cepo”, a partir de 14 de abril, sinaliza uma postura mais aberta na política cambial, reflexo de uma agenda econômica de ajustes graduais e prudentes.
Indicadores e análises
Segundo Jaime Reusche, vice-presidente e diretor sênior de crédito da Moody’s, “É possível haver um novo aumento na classificação da Argentina, mas será bastante gradual”.
(“It is possible to have a new upgrade for Argentina, but it will be rather gradual.”)
“Temos uma projeção de 30% até o final do ano, agora com o fim do ‘cepo’ e que os preços dos combustíveis caíram, é possível que revisemos a projeção para baixo, dependendo das taxas de inflação em abril e maio”.
(“We have a projection of 30% until the end of the year, now with the end of the ‘cepo’ and fuel prices falling, it is possible that we revise the projection downward, depending on inflation rates in April and May.”)— Jaime Reusche, vice-presidente e diretor sênior de crédito, Moody’s
A inflação projetada para 2025 até então é de 30%, perspectiva que pode ser revisada dependendo dos dados dos próximos meses. O crescimento econômico previsto de 4% está abaixo das estimativas do mercado, que projetam alta de 5%. A agência ainda ressalta a prudência das ações do governo, que implementa gradualmente ajustes e restrições (ainda presentes) para garantir estabilidade no processo.
Impactos e previsões
O cenário econômico externo e interno influencia diretamente a dinâmica da indústria e consumo locais, com a inflação ainda elevada impactando o poder de compra da população. As medidas adotadas, como a retirada gradual das limitações cambiais, são vistas como fundamentais para consolidar um ambiente econômico mais estável e atrair confiança do mercado. A Moody’s descartou a possibilidade de a Argentina buscar financiamento direto no mercado em 2025, priorizando os recursos do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) firmado em abril, no valor de US$ 20 bilhões.
“As coisas estão indo relativamente bem. Ainda há certas restrições que serão gradualmente eliminadas e isso é prudente, e vemos que este governo é bastante prudente”.
(“Things are going relatively well. There are still certain restrictions that will be gradually eliminated and that is prudent, and we see that this government is quite prudent.”)— Jaime Reusche, vice-presidente e diretor sênior de crédito, Moody’s
Os próximos meses serão decisivos para a evolução das projeções econômicas, principalmente conforme o comportamento dos índices inflacionários e a resposta das políticas econômicas às pressões do mercado interno e internacional, refletindo no ajuste das classificações de crédito futuras.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)