Mattel aumenta preços após comentário de Trump sobre bonecas culture

Los Angeles, EUA — InkDesign News — O impacto da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China alcança o setor de brinquedos, influenciando estratégias empresariais e preços ao consumidor. Mattel, gigante do mercado, anuncia ajustes que revelam as tensões globais entre manufatura e tarifas, com desdobramentos diretos na experiência dos consumidores infantis e familiares.
Contexto e lançamento
Mattel, responsável por ícones como Barbie, Hot Wheels e American Girl Dolls, enfrenta a complexidade imposta pelas tarifas do governo Trump sobre produtos chineses, representando cerca de 80% da produção global de brinquedos. Em entrevista ao programa “Squawk Box” da CNBC, o CEO Ynon Kreiz descartou a possibilidade de transferir a fabricação ao território nacional, apesar das tarifas, ressaltando ao invés disso o aumento de preços nos Estados Unidos como consequência direta. No primeiro trimestre de 2025, a empresa optou por retirar sua previsão financeira anual diante da instabilidade, citando dificuldades na estimativa de vendas para o restante do ano e a temporada de festas.
Design e especificações
A resposta estratégica da Mattel envolve três frentes principais: diversificação da cadeia global de suprimentos, ajustes nos preços e cortes de custos. Kreiz indica que, dentro de dois anos, nenhum país isoladamente responderá por mais de 25% da origem dos produtos, com destaque para o aumento da participação de países do Sudeste Asiático como Indonésia, Malásia e Tailândia. Internamente, a companhia intensificou seu esforço de contenção de gastos ao elevar a meta de economia de US$ 60 milhões para US$ 80 milhões, parte dessa economia advinda da redução de promoções e descontos, além da demissão de mais de cem funcionários da sede em El Segundo, Califórnia.
Repercussão e aplicações
“Nós não vemos isso acontecendo.”
(“We don’t see that happening.”)— Ynon Kreiz, CEO, Mattel
A imposição das tarifas gera debate sobre o acesso e a diversidade de brinquedos no mercado americano. Em recente posicionamento, o presidente Trump destacou: “Well, maybe the children will have two dolls instead of 30 dolls, you know? And maybe the two dolls will cost a couple of bucks more than they would normally.”
(“Bem, talvez as crianças tenham duas bonecas em vez de 30, sabe? E talvez as duas bonecas custem alguns dólares a mais do que normalmente custariam.”)
“Os brinquedos são uma parte essencial da vida das crianças.”
(“Toys are an essential part of children’s lives.”)— Ynon Kreiz, CEO, Mattel
Apesar do panorama adverso, Kreiz reforça o compromisso da Mattel em manter uma oferta constante de produtos em “uma ampla faixa de preços acessíveis”, com análise de mercado indicando que entre 40% e 50% dos brinquedos comercializados pela empresa continuarão custando menos de 20 dólares. A Toy Association tem liderado esforços para conseguir uma isenção tarifária para o setor, que se mostra vital para a economia e cultura americanas.
O cenário atual impõe um desafio para a indústria de brinquedos, que deverá adaptar sua produção e distribuição frente a uma conjuntura geopolítica complexa. A experiência dos consumidores americanos, especialmente durante as festividades de fim de ano, refletirá essas movimentações e poderá indicar novas tendências de consumo e estratégias empresariais no mercado global.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)