
Brasília — InkDesign News —
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou, nesta quinta-feira (21), uma maioria de votos para impedir a entrega imediata de crianças para pais estrangeiros, durante o julgamento sobre a validade de normas referentes ao sequestro internacional, conforme a Convenção de Haia, ratificada pelo Brasil em 2000.
Contexto jurídico
A questão em debate remete a um histórico de conflitos envolvendo a proteção de crianças e o retorno a seus pais no exterior. O julgamento foi pautado por um ato do antigo partido DEM (atualmente União Brasil), que em 2009 protocolou uma ação questionando as diretrizes da convenção. As normas estipulam que o retorno de crianças deva ser automático, mesmo em situações de alegações de violência doméstica, o que gerou controvérsias sobre as garantias constitucionais do Brasil, como o devido processo legal.
Argumentos e precedentes
Os ministros que se manifestaram a favor da decisão, liderados pelo relator, ministro Luís Roberto Barroso, fundamentaram que a convenção está em conformidade com a Constituição, porém, obstruíram a entrega imediata em casos onde existam “indícios comprováveis de violência doméstica” contra a mãe ou as crianças. Em seus votos, Barroso e seus colegas, incluindo os ministros Dias Toffoli e Edson Fachin, destacaram a importância de se considerar as circunstâncias individuais das crianças. Cármen Lúcia e Gilmar Mendes ainda devem manifestar seu posicionamento na próxima sessão, marcada para o dia 27.
“O retorno automático sem considerar as evidências pode acarretar danos irreparáveis às crianças e suas mães.”
(“The automatic return without considering the evidence can cause irreparable harm to the children and their mothers.”)— Luiz Roberto Barroso, Ministro do STF
Impactos e desdobramentos
A decisão do STF poderá impactar significativamente casos de violência doméstica, proporcionando uma proteção mais robusta às crianças e suas mães. Esse entendimento legal pode estabelecer um precedente importante para futuros casos relacionados ao sequestro internacional e à proteção dos direitos humanos. Especialistas sugerem que a reavaliação das normas de Haia no contexto brasileiro exige uma discussão mais ampla sobre a defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
“O STF reafirma a necessidade de um processo legal adequado quando há a possibilidade de violência, impactando a jurisprudência nacional.”
(“The STF reaffirms the need for an adequate legal process when there is a possibility of violence, impacting national jurisprudence.”)— Especialista em direito de família
Em síntese, a decisão sinaliza uma possibilidade de reformas nas abordagens de casos de sequestro internacional, priorizando os direitos e a segurança das crianças em situações de risco, o que pode levar a uma reavaliação das práticas jurídicas relacionadas ao tema.
Fonte: (Agência Brasil – Justiça)