
Washington, D.C. — InkDesign News — A dívida global aumentou em cerca de US$ 7,5 trilhões no primeiro trimestre de 2024, atingindo um novo recorde acima de US$ 324 trilhões, conforme dados divulgados nesta terça-feira (6) pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF), em meio a um cenário econômico marcado por inflação persistente, juros elevados e crescimento do PIB desacelerado.
Panorama econômico
O início do ano fiscal de 2024 foi marcado por fortes oscilações no câmbio, com desvalorização do dólar frente a seus principais parceiros comerciais. Este contexto se desenrola em um ambiente de incertezas na política monetária global, onde muitos países mantêm taxas de juros elevadas na tentativa de controlar a inflação. Apesar dessas medidas, o aumento substancial da dívida global indica uma pressão contínua sobre as finanças públicas e privadas internacionalmente. No âmbito dos mercados emergentes, esse movimento é ainda mais expressivo, com níveis de endividamento em valores recordes.
Indicadores e análises
De acordo com o IIF, a dívida global em dólares cresceu US$ 7,5 trilhões no primeiro trimestre, mais do que o quádruplo do aumento médio trimestral de US$ 1,7 trilhão observado desde o final de 2022. O índice global de dívida em relação ao produto interno bruto (PIB) permaneceu em ligeira queda, mas ainda está pouco acima de 325%. Nos mercados emergentes, porém, o índice atingiu recorde histórico de 245%, refletindo os dinamismos econômicos e a necessidade crescente de financiamento.
O aumento da dívida se concentrou especialmente na China, França e Alemanha, sendo que a dívida total nos mercados emergentes superou US$ 106 trilhões, com a China respondendo por mais de US$ 2 trilhões desse montante. A dívida do governo chinês em relação ao PIB está atualmente em 93%, com previsão de alcançar 100% antes do fim de 2024.
“Embora a forte desvalorização do dólar em relação aos principais parceiros comerciais tenha contribuído para o aumento do valor da dívida em dólares, o aumento do primeiro trimestre foi mais do que o quádruplo do aumento médio trimestral de US$ 1,7 trilhão observado desde o final de 2022”
(“While the sharp depreciation of the dollar against major trading partners contributed to the rise in dollar-denominated debt, the first quarter increase was more than quadruple the average quarterly increase of $1.7 trillion seen since late 2022”)— Instituto de Finanças Internacionais (IIF)
Impactos e previsões
O crescimento acelerado da dívida global traz desafios para a estabilidade econômica, tanto para governos quanto para o setor privado. O aumento do endividamento pode pressionar as taxas de juros, restringir a capacidade fiscal dos países e afetar investimentos em infraestrutura e programas sociais. A situação é particularmente sensível nos mercados emergentes, onde o peso da dívida pode limitar os esforços para estímulos econômicos e controle da inflação.
“A dívida do governo chinês deve atingir 100% do PIB até o final do ano, elevando os riscos para a economia global, dado o papel central da China como motor econômico”
(“Chinese government debt is expected to reach 100% of GDP by year-end, raising risks for the global economy due to China’s central role as an economic engine”)— Instituto de Finanças Internacionais (IIF)
Especialistas alertam para a necessidade de reformas estruturais e políticas fiscais responsáveis para mitigar os riscos futuros decorrentes do elevado endividamento. A sustentabilidade da dívida dependerá do equilíbrio entre crescimento econômico, políticas monetárias e reformas fiscais, sobretudo em grandes economias que influenciam o cenário mundial.
Os próximos trimestres serão decisivos para monitorar o impacto desses índices na inflação global, na dinâmica dos juros e no ritmo de crescimento do PIB, podendo determinar mudanças nas estratégias de política econômica e financeira em diversos países.
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Fonte: (CNN Brasil – Economia)