
Boulder, Colorado — InkDesign News — A sonda Lucy da NASA realizou um sobrevoo no asteroide do cinturão principal Donaldjohanson em 20 de abril, coletando dados científicos que desafiam as expectativas sobre a formação e a composição desses corpos celestes remanescentes da formação planetária.
Detalhes da missão
Lançada em 16 de outubro de 2021, a missão Lucy é uma jornada de 12 anos e 4 bilhões de milhas que inclui o encontro com 11 asteroides, incluindo o Donaldjohanson. O sobrevoo deste asteroide principal foi uma espécie de ensaio para a principal série de encontros com os nunca antes explorados asteroides Troianos do sistema de Júpiter, previstos de abril de 2027 a março de 2033. Além do Donaldjohanson, em novembro de 2023, Lucy também passou pelo pequeno asteroide Dinkinesh, cuja principal surpresa foi a descoberta do satélite binário contato chamado Selam, constituído por dois corpos menores que se tocam.
Tecnologia e objetivos
A sonda Lucy é equipada com instrumentos científicos avançados para obter imagens e dados para estudar a origem e a diversidade dos asteroides, que são “fósseis do que aconteceu” no início do sistema solar. O asteroide Donaldjohanson revelou uma forma peculiar, semelhante a dois cones de sorvete unidos, sugerindo uma colisão a baixa velocidade que permitiu que dois corpos se juntassem para formar o objeto, medindo cerca de 8 km por 2,5 km. Os painéis solares de tecido leve de 7,3 m de largura permitem o funcionamento eficiente da sonda mesmo tão longe do Sol, enquanto os propulsores possibilitam manobras precisas para ajustar a distância de sobrevoo.
“Essas populações de corpos pequenos são realmente a chave para entender como os planetas se formaram.”
(“These small body populations are really key to figuring that out.”)— Hal Levison, Investigador Principal da missão Lucy, Southwest Research Institute
“Essas são duas objetos que eventualmente se juntaram de alguma forma… a velocidade teve que ser muito lenta, parecida com um passo de caminhada, para simplesmente colidirem e se unirem.”
(“These are two objects that eventually came together in some way… The speed had to be very slow, akin to a walking-pace velocity, to gently collide and stick together.”)— Simone Marchi, Investigador Adjunto da missão Lucy, Southwest Research Institute
Próximos passos
Após a série de encontros com os asteroides Troianos, a expectativa é que a sonda, se mantida operacional e com combustível residual, possa ser aproveitada para missões estendidas. Atualmente, a equipe científica organiza e analisa os dados dos primeiros encontros, enquanto ajusta os parâmetros das próximas etapas para maximizar o rendimento científico. A missão visa elucidar a diversidade genética desses corpos e complementar o conhecimento sobre a história do nosso ambiente planetário.
Além do valor científico, a sonda carrega uma placa comemorativa com mensagens de pensadores contemporâneos, incluindo os Beatles, como um legado para futuras gerações que possam encontrá-la, orbitando estável entre a Terra e os Troianos por cerca de dois milhões de anos.
Estes primeiros encontros da missão Lucy colocam a humanidade em uma “Era de Ouro” da exploração de asteroides, transformando pontos distantes no céu em mundos ainda pouco conhecidos, cujas histórias são chaves para compreender a formação do nosso sistema solar.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)