Ponta Grossa — InkDesign News — O jogador Miguel Terceros, conhecido como Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante na noite de domingo (4) durante partida válida pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro Série B contra o Operário-PR, após acusação de injúria racial feita pelo zagueiro Allano, do time adversário, no Estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa.
Desenvolvimento do jogo
A partida entre América-MG e Operário-PR seguiu o ritmo intenso característico da Série B. Aos 30 minutos do primeiro tempo, após uma disputa de bola seguida de falta, Miguelito proferiu a expressão “preto do c******” direcionada ao meia Allano, segundo relatos dos envolvidos e testemunhas em campo. A acusação foi confirmada pelo próprio Allano e pelo capitão do Operário, Jacy, que presenciou o episódio. Embora as câmeras oficiais não tenham captado o momento exato, pois o jogador estava de costas, os relatos foram suficientes para que a Polícia Civil do Paraná lavrasse o flagrante.
Destaques e estatísticas
No confronto, as equipes apresentaram formações táticas clássicas da competição, com o América buscando consolidar seu estilo ofensivo, enquanto o Operário enfatizou a marcação rígida e contra-ataques. Miguelito destacou-se durante a partida por sua movimentação e criação de jogadas, antes do incidente. O juiz incluiu a denúncia na súmula do jogo, e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva recebeu os informes para análise disciplinar.
Repercussão e próximos passos
“O que aconteceu, eu tenho que pedir desculpas a todos os torcedores pela situação que foi. O Miguelito tá voltando pra casa. É um jogador exemplar que faz por onde, é um jogador de grupo, um jogador educado, um jogador que tem princípios. Mas, eu recebi um telefonema hoje de um amigo de Portugal e ele colocava: – Alencar, depois você apura aí que o mesmo jogador que fez essa denúncia ontem, ele fez aqui em Portugal e essa denúncia foi infundada, não teve o que foi relatado pelo jogador. Então, eu gostaria de passar para todos os amigos, amigas e para a imprensa essa mesma matéria de 2022, quando o mesmo jogador falava de racismo e isso não aconteceu” (O que aconteceu, eu tenho que pedir desculpas a todos os torcedores pela situação que foi. O Miguelito tá voltando pra casa. É um jogador exemplar que faz por onde, é um jogador de grupo, um jogador educado, um jogador que tem princípios. Mas, eu recebi um telefonema hoje de um amigo de Portugal e ele colocava: – Alencar, depois você apura aí que o mesmo jogador que fez essa denúncia ontem, ele fez aqui em Portugal e essa denúncia foi infundada, não teve o que foi relatado pelo jogador. Então, eu gostaria de passar para todos os amigos, amigas e para a imprensa essa mesma matéria de 2022, quando o mesmo jogador falava de racismo e isso não aconteceu), afirmou Alencar da Silveira Jr., presidente do América-MG.
— Alencar da Silveira Jr., presidente do América-MG
“Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia” (Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia), ressaltou Allano, zagueiro do Operário.
— Allano, zagueiro do Operário-PR
Em nota, o América-MG defendeu Miguelito enquanto o Operário repudiou o racismo. A Polícia Civil do Paraná informou que o inquérito deve ser concluído em breve, podendo incluir imagens que corroborem as denúncias. Miguelito foi liberado provisoriamente após audiência na segunda-feira (5) e responderá ao processo em liberdade. A CBF encaminhou o caso para análise do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, e a Federação Boliviana de Futebol manifestou solidariedade ao atleta.
Este episódio ressoa no contexto do Campeonato Brasileiro Série B, desafiando a cultura do futebol nacional e sua relação com o racismo. A continuidade do caso impacta não apenas a carreira de Miguelito, mas também a postura e o engajamento dos clubes e entidades frente a questões de discriminação racial, elemento crucial para a evolução do esporte e da sociedade.
Fonte: (CNN Brasil – Esportes)
