
São Paulo — InkDesign News — Recentes descobertas no laboratório CERN, situado na fronteira entre a França e a Suíça, trazem novas respostas sobre a questão por que o universo não se aniquilou logo após o big bang, destacando o comportamento distinto da matéria em relação à antimateria.
Detalhes da missão
Os cientistas da colaboração do experimento LHCb no CERN reportaram, em um artigo publicado na revista Nature, a identificação de diferenças na taxa de decaimento de partículas de matéria chamadas bárions em relação às suas contrapartes de antimateria. Este estudo envolveu a análise de mais de 80.000 bárions, denominados “lambda-b”, que são constituídos por quarks de beleza, up e down. A equipe descobriu que os bárions decaíam de uma maneira ligeiramente mais frequente – 5% – do que os antipartículas correspondentes.
Tecnologia e objetivos
No coração da pesquisa está a utilização do Grande Colisor de Hádrons (LHC), que permite medições extremamente precisas na comparação entre o comportamento de partículas de matéria e antimateria. “Compreender o que causa essa diferença no comportamento entre matéria e antimateria é uma questão fundamental ainda sem resposta”, afirmaram os pesquisadores. Este experimento tem o potencial de revelar novas partículas fundamentais que possam explicar a assimetria observada entre matéria e antimateria no universo.
Com o atual e futuro conjunto de dados do LHCb, poderemos estudar essas diferenças de forma meticulosa e, esperançosamente, descobrir qualquer sinal de novas partículas fundamentais que possam estar presentes.
(“With the current and forthcoming data runs of LHCb we will be able to study these differences forensically, and, we hope, tease out any sign of new fundamental particles that might be present.”)— Equipe do LHCb, CERN
Próximos passos
Os pesquisadores planejam continuar suas investigações com o LHCb, analisando dados adicionais que poderão oferecer insights mais aprofundados sobre as diferenças entre partículas e antipartículas. Esse trabalho colaborativo envolve mais de 1.800 cientistas de 24 países e busca entender por que, após o big bang, somente uma quantidade negligenciável de antimateria permanece no cosmos.
Ainda não temos explicações satisfatórias sobre onde toda a antimateria desapareceu.
(“We still do not have satisfactory explanations of where all the antimatter went.”)— Equipe do LHCb, CERN
A descoberta em questão reforça a importância da pesquisa em física de partículas para a compreensão das origens do universo e seu desenvolvimento, oferecendo uma nova perspectiva sobre a composição e evolução do cosmos que habitamos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)