
Namíbia — InkDesign News — A grave seca está forçando elefantes do deserto namibiano a buscar água nas proximidades de assentamentos humanos, resultando em trágicos encontros que frequentemente culminam em mortes de elefantes e diminuição populacional. Um inovador projeto de conservação, utilizando dados de GPS e imagens de satélites de alta resolução, visa promover a coexistência pacífica entre humanos e esses gigantes mamíferos.
Detalhes da missão
A população de elefantes na Namíbia é estimada em cerca de 24.000 indivíduos, dos quais muitos habitam o Parque Nacional Etosha, na região norte. Contudo, um grupo menor de elefantes se adaptou às áridas condições do oeste do país, particularmente na região de Kunene. Historicamente, a população de elefantes foi severamente reduzida devido à caça furtiva, especialmente durante e após a guerra de independência, que se estendeu da década de 1960 até o final da década de 1980. Atualmente, predominam menos de 150 elefantes na região, representando uma queda drástica em comparação aos 3.000 que existiam antes.
Tecnologia e objetivos
No início de 2021, três elefantes da população mais afetada foram equipados com coletores de GPS, permitindo rastrear seus movimentos. O sistema conhecido como “Earth Ranger” gera alertas em tempo real para as comunidades quando um elefante se aproxima de uma vila ou propriedade agrícola. Desde a implementação desse sistema de geofencing, o número de incidentes com humanos diminuiu consideravelmente. Além disso, os pesquisadores estão combinando os dados de GPS com imagens de satélite obtidas dos satélites Pleiades Neo da Airbus. Essa abordagem visa entender melhor os padrões de movimento dos elefantes em relação às condições climáticas, como secas e chuvas.
“Esses elefantes saberão onde se esconder e onde a água se acumulará quando chover, porque eles lembram de temporadas anteriores.
(“Somehow, these elephants know when the winds are coming before they come,”)— Christin Winter, Gerente de Programa de Conservação, Elephant-Human Relations Aid (EHRA)
Próximos passos
A equipe de pesquisa busca projetar novas estratégias que facilitem a coexistência entre humanos e elefantes. Planos incluem a proteção de fontes naturais de água e a colocação estratégica de bebedouros e represas, para evitar que os elefantes precisem atravessar vilas. As imagens de satélite serão utilizadas para identificar áreas de alta atividade de elefantes, permitindo negociações com proprietários de terras para garantir espaços seguros para os animais, como demonstrado pelo caso de um agricultor que concordou em ceder parte de sua propriedade em troca de proteção em outras áreas.
“Estamos tentando identificar corredores e maneiras de proteger esse habitat para os elefantes.
(“The big aim is to identify corridors and find ways to protect that habitat for the elephants.”)— Christin Winter, Gerente de Programa de Conservação, Elephant-Human Relations Aid (EHRA)
O impacto desse projeto pode ser significativo não apenas para a sobrevivência dos elefantes, mas também para o equilíbrio entre as necessidades humanas e a conservação da vida selvagem na Namíbia.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)