
São Paulo — InkDesign News — Um time de cientistas liderado pelo Reino Unido está desenvolvendo uma espaçonave em miniatura que terá a missão de orbitar a Lua, com o objetivo de detectar sinais de rádio tênues provenientes da infância do universo.
Detalhes da missão
A missão proposta, chamada CosmoCube, visa “ouvir” esses sinais antigos do lado oculto da Lua. Ela irá explorar as chamadas “eras escuras cósmicas” — um período crítico e enigmático que ocorreu aproximadamente entre 50 milhões a 1 bilhão de anos após o Big Bang, quando as primeiras estrelas, galáxias e buracos negros se formaram. A previsão é que o lançamento do CosmoCube ocorra dentro de quatro a cinco anos, com o objetivo de alcançar a órbita lunar até o final da década.
Tecnologia e objetivos
O CosmoCube utilizará um radiômetro sensível, projetado para detectar sinais de rádio de baixa frequência. Astrônomos afirmam que observar essa época distante é notoriamente desafiador, pois o universo estava envolto em uma densa névoa de gás hidrogênio neutro que bloqueou a luz visível. No entanto, o hidrogênio, o elemento mais abundante do universo, emite um sinal de rádio característico a 1.420 megahertz, correspondendo a uma onda de cerca de 21 centímetros. Capturar variações nesse sinal permitirá uma visão primorosa de como os primeiros objetos luminosos se formaram. Como dito por David Bacon, cosmólogo da Universidade de Portsmouth, “É incrível como essas ondas de rádio viajaram tão longe, agora trazendo notícias da história do universo.”
“O próximo passo é ir para o lado mais tranquilo da Lua para ouvir essas notícias.”
(“The next step is to go to the quieter side of the moon to hear that news.”)— David Bacon, Cosmólogo, Universidade de Portsmouth
Próximos passos
As equipes já estão testando protótipos dos instrumentos em ambientes controlados. O CosmoCube pretende aproveitar a proteção natural que o lado oculto da Lua oferece contra as emissões de rádio da Terra, que dificultam a detecção de sinais antigos. Eloy de Lera Acedo, professor associado de cosmologia de rádio na Universidade de Cambridge, destacou: “É como tentar ouvir aquele sussurro enquanto um concerto barulhento toca ao lado.” Os dados da missão também poderão ajudar a resolver a conhecida “tensão de Hubble”, um problema de longas datas na cosmologia que diz respeito às medições conflitantes da taxa de expansão do universo.
As descobertas do CosmoCube poderão não apenas avançar nossa compreensão das origens universais, mas também reverberar em toda a pesquisa cosmológica, fornecendo novas perspectivas em um campo repleto de questões ainda sem resposta.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)