
Ponta Grossa — InkDesign News — A Federação Boliviana de Futebol manifestou-se nesta segunda-feira (5) em defesa do meia Miguel Terceros, conhecido como Miguelito, jogador do América-MG preso em flagrante sob acusação de injúria racial durante a partida contra o Operário pela Série B do Campeonato Brasileiro.
Desenvolvimento do jogo
Aos 30 minutos do primeiro tempo no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, o meia Allano, do Operário, comunicou ao árbitro que fora alvo de injúria racial por parte de Miguelito, depois de uma falta cometida pelo atleta boliviano. A ofensa, segundo relato, foi “preto do c******”. A partida foi suspensa por 15 minutos, enquanto o árbitro acionava o protocolo antirracista definido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com sinal sonoro e cruzamento de punhos, para repreender o ato.
Destaques e estatísticas
Apesar do incidente, o jogo prosseguiu até o apito final, quando Miguelito, Allano e Jacy, capitão do Operário que confirmou a agressão verbal, foram levados à 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa. Miguelito foi autuado em flagrante por injúria racial, crime com pena que pode chegar a cinco anos de prisão. A fala racista não foi captada pelas câmeras oficiais da transmissão, pois o atleta estava de costas, mas depoimentos colhidos foram suficientes para formalizar o flagrante. Na súmula da partida, o árbitro declarou que não presenciou diretamente o episódio.
Repercussão e próximos passos
A Federação Boliviana divulgou nota oficial afirmando que “tomou conhecimento da situação legal enfrentada por nosso jogador da seleção nacional, Miguel Terceros, atualmente no Brasil, em razão de uma denúncia por supostos atos de racismo ocorridos durante uma partida válida pela Segunda Divisão do futebol brasileiro.”
“Desde a FBF, expressamos nosso respaldo institucional ao jogador neste momento difícil, reafirmando nossa confiança no respeito ao devido processo, ao direito à defesa e à presunção de inocência, pilares fundamentais de todo sistema de justiça.”
— Federação Boliviana de Futebol
O presidente da entidade, Eng. Fernando Costa, contactou a família do atleta para prestar apoio e acompanhar o caso. Também está previsto em breve diálogo com o Consulado Boliviano no Brasil e a CBF para definir encaminhamentos legais.
“Como entidade máxima do futebol boliviano, reafirmamos nosso firme compromisso com a luta contra toda forma de discriminação, racismo ou violência, tanto dentro como fora dos campos de jogo.”
— Federação Boliviana de Futebol
O caso repercute fortemente no cenário do futebol brasileiro e boliviano, levantando discussões sobre racismo no esporte e reforçando a necessidade de rigor no cumprimento dos protocolos antirracistas. Para o América-MG, a situação impacta a equipe além do aspecto esportivo, exigindo uma reflexão institucional e coletiva.
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