Descoberta de fóssil de 3,25 milhões de anos revela nova espécie

Contexto da descoberta
A nova espécie, nomeada Vulcanoscaptor ninoti, é uma toupeira escavadora que viveu na região que hoje é a Espanha há cerca de 3,25 milhões de anos. O fóssil foi encontrado em 2010 e é considerado um dos mais completos já registrados na Europa.
O esqueleto preserva a mandíbula com uma dentição completa, parte do torso e vários ossos dos membros anteriores e posteriores, muitos deles ainda conectados anatômicamente. Este estado excepcional de preservação é raro em mamíferos pequenos, como as toupeiras, e permite uma melhor compreensão da história evolutiva dos talpídeos.
Métodos e resultados
Os paleontólogos utilizaram tomografia computadorizada de microescala (microCT) para examinar o fóssil sem danificá-lo, permitindo uma reconstrução digital em três dimensões do esqueleto. “Com o microCT, conseguimos analisar estruturas extremamente pequenas e delicadas — como falanges e dentes — que seriam quase impossíveis de estudar de outra forma”
“Com o microCT, conseguimos analisar estruturas extremamente pequenas e delicadas — como falanges e dentes — que seriam quase impossíveis de estudar de outra forma.”
(“With the microCT, we were able to analyze extremely small and delicate structures — such as phalanges and teeth — that would have been nearly impossible to study otherwise.”)— Dr. Adriana Linares, IPHES-CERCA
.
A estrutura do membro anterior de Vulcanoscaptor ninoti revelou um alto grau de adaptação a um estilo de vida subterrâneo, com o úmero robusto e falanges adaptadas para escavação.
Implicações e próximos passos
O achado sugere que a história evolutiva das toupeiras é muito mais complexa do que se pensava anteriormente, implicando possíveis dispersões intercontinentais e uma diversidade anatômica maior. “A descrição de Vulcanoscaptor ninoti confirma que a história evolutiva das toupeiras tem sido muito mais dinâmica do que se pensava, envolvendo possíveis dispersões intercontinentais”
“A descrição de Vulcanoscaptor ninoti confirma que a história evolutiva das toupeiras tem sido muito mais dinâmica do que se pensava, envolvendo possíveis dispersões intercontinentais.”
(“The description of Vulcanoscaptor ninoti confirms that the evolutionary history of moles has been far more dynamic than previously thought, involving possible intercontinental dispersals.”)— Dr. Marc Furió, Universitat Autònoma de Barcelona
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Isso levanta questões sobre a capacidade de dispersão das toupeiras, que foram consideradas normalmente com baixa capacidade de migração. Os autores destacam a importância de sítios de fósseis excepcionais na documentação de espécies raramente preservadas no registro fóssil.
A descoberta não apenas contribui para o entendimento das toupeiras atuais, mas também abre novas linhas de pesquisa sobre os padrões de migração e adaptação de mamíferos pequenos em períodos geológicos anteriores.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)