São Paulo — InkDesign News — O Grupo Pão de Açúcar (GPA) reportou um prejuízo líquido continuado de R$ 93 milhões no primeiro trimestre de 2025, representando uma redução de 77% em relação ao mesmo período do ano anterior, em um contexto marcado por inflação controlada e ajustes fiscais no Brasil.
Panorama econômico
O ano de 2025 tem sido caracterizado por um cenário global de incertezas, com políticas monetárias que buscam equilibrar inflação e crescimento do PIB. No Brasil, o Banco Central mantém a taxa de juros equilibrada, enquanto ajustes fiscais e reformas tributárias estão em pauta para promover estabilidade econômica. No âmbito corporativo, o contexto de inflação controlada tem repercussões diretas nas estratégias de precificação e provisões financeiras das empresas.
Indicadores e análises
O resultado negativo apurado pelo GPA foi influenciado pela redução significativa de provisões tributárias e pela reversão de provisão relacionada à Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) de 2022, após acordos firmados. De acordo com Rafael Russowsky, diretor de Finanças da varejista:
“Eliminamos cerca de R$ 1 bilhão de contingências possíveis e revertemos uma provisão de quase R$ 200 milhões. Por isso tivemos uma redução de quase 80%, devido a menores perdas com itens extraordinários não recorrentes.”
(“We eliminated about R$ 1 billion of possible contingencies and reversed a provision of almost R$ 200 million. That is why we had a reduction of almost 80%, due to lower losses with non-recurring extraordinary items.”)— Rafael Russowsky, Diretor de Finanças do GPA
O Ebitda ajustado registrou crescimento de 9,9%, somando R$ 409 milhões no período, enquanto a receita líquida foi de R$ 4,7 bilhões, alta de 3,9% em relação ao primeiro trimestre de 2024. As vendas totais tiveram aumento anual de 4,6%, chegando a R$ 5,1 bilhões, e, ajustadas pelo conceito de mesmas lojas (SSS), cresceram 7,3%. O fluxo de caixa operacional manteve-se estável, com R$ 1 bilhão, apesar do impacto do “efeito do calendário” mencionado pelo CFO.
Impactos e previsões
O impacto desses resultados reflete uma estratégia focada na redução de passivos contingentes e na captação de eficiência operacional pelo GPA. A mudança na sazonalidade da Páscoa, que passou para o segundo trimestre deste ano, limitou a captura de efeitos positivos tanto no Ebitda quanto no capital de giro, o que exige atenção nas previsões para o próximo trimestre. Segundo o CFO da empresa:
“O deslocamento da sazonalidade positiva da Páscoa de 2025 para o segundo trimestre impediu a captura dos efeitos favoráveis do feriado tanto com relação ao Ebitda quanto com relação ao capital de giro.”
(“The shift of the positive seasonality of Easter 2025 to the second quarter prevented capturing the favorable effects of the holiday regarding both Ebitda and working capital.”)— Rafael Russowsky, Diretor de Finanças do GPA
Especialistas apontam que a continuidade na redução de contingências e o foco em crescimento orgânico serão fatores cruciais para a sustentabilidade financeira do GPA, diante de um ambiente econômico ainda marcado por volatilidade global e desafios fiscais domésticos.
O mercado deve acompanhar atentamente os próximos desdobramentos no calendário sazonal e na execução das estratégias corporativas, que poderão influenciar resultados futuros e o comportamento de preços no varejo frente às pressões inflacionárias e variações cambiais.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)
