
Washington — InkDesign News — O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora do país gerou reações imediatas e preocupações na indústria cinematográfica e do streaming em Hollywood nesta segunda-feira (5). A medida inédita impacta diretamente o setor de produção audiovisual, com possíveis desdobramentos econômicos, fiscais e legais ainda em análise.
Panorama econômico
No contexto global, a indústria do entretenimento enfrenta um cenário complexo, marcado pela migração crescente da produção audiovisual para outros países, incentivada por benefícios fiscais e custos reduzidos. A proposta de Trump surge em meio a debates sobre a chamada “produção fugitiva”, que diz respeito à realocação de produções originalmente americanas para locais internacionais. Ainda que a medida pareça radical, especialistas e executivos destacam que a aplicação prática de uma tarifa sobre filmes, que são considerados propriedade intelectual e serviços, apresenta desafios jurídicos e operacionais.
Indicadores e análises
As ações da Netflix e outras companhias do setor sofreram queda após o anúncio, evidenciando a apreensão do mercado diante da incerteza. A Motion Picture Association of America (MPA), entidade que representa os principais estúdios, mantém a posição de que a indústria dos EUA possui um superávit comercial de US$ 15,3 bilhões na área, refletindo a exportação significativa de filmes para o exterior. Todavia, dúvidas pairam sobre a inclusão de produções americanas realizadas fora do país nos cálculos oficiais.
“A postagem da noite passada do Presidente Trump no Truth Social deixou todos em Hollywood coçando a cabeça.”
(“The President’s post last night on Truth Social left everyone in Hollywood scratching their heads.”)— Rich Greenfield, sócio da Lightshed Ventures
Impactos e previsões
Executivos discutem o potencial estrangulamento da indústria cinematográfica, dado que muitos filmes e séries são atualmente produzidos fora dos EUA em locais como Canadá, Reino Unido e Hungria, motivados por incentivos financeiros. Questionamentos sobre a abrangência da tarifa — se aplicaria a produções parciais no exterior ou a coproduções — permanecem sem resposta clara, aumentando a insegurança do setor. Um insider ressaltou que, apesar da aparente simplicidade da proposta, o presidente “não tem jurisdição para fazer isso e é muito complexo para aplicar”.
“À primeira vista, é chocante e representaria uma interrupção praticamente completa da produção.”
(“At first glance, it is shocking and would represent an almost complete production disruption.”)— Insider da indústria cinematográfica
Um porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, informou que “embora nenhuma decisão final sobre tarifas de filmes estrangeiros tenha sido tomada, a Administração está explorando todas as opções para cumprir a diretiva do Presidente Trump de salvaguardar a segurança nacional e econômica do nosso país enquanto faz Hollywood grande novamente”.
Enquanto o debate prossegue, o mercado e os principais agentes da indústria do entretenimento acompanham atentamente os possíveis rumos da política tarifária, que pode incluir incentivos fiscais em substituição a medidas punitivas.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)