
Brasília — InkDesign News —
Na segunda-feira, 5 de junho de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a demissão de Cida Gonçalves do cargo de Ministra das Mulheres, substituindo-a por Márcia Lopes, assistente social e ex-ministra do Desenvolvimento Social, em uma decisão que reflete articulações políticas internas e avaliações sobre a gestão da pasta.
Contexto político
A saída de Cida Gonçalves ocorre em um cenário marcado por atritos internos no governo federal, sobretudo devido à relação próxima da ex-ministra com a primeira-dama Rosângela da Silva e declarações controversas sobre o convívio com ministros. Em fevereiro, Gonçalves prestou depoimento à Comissão de Ética da Presidência da República no contexto de um processo que a acusava de assédio moral, com relatos de servidoras documentando ameaças, cobranças intensas e tratamento hostil. Embora o processo tenha sido arquivado posteriormente, críticas à atuação da ministra persistiam, apontando para uma visibilidade insatisfatória da pasta no governo.
Reações e debates
Em entrevista, Cida Gonçalves afastou a hipótese de sua saída estar relacionada a problemas de competência ou ética:
“Estou tranquila, leve, feliz, acho que não é uma troca por incompetência, por assédio, por rixa, não é isso. É uma troca de rumo, de momentos. Tem hora que você está no limite do esgotamento daquilo que você pode avançar, ampliar. E gente nova chega com um olhar novo e com uma outra perspectiva.”
— Cida Gonçalves, ex-Ministra das Mulheres
A nomeação de Márcia Lopes, professora e filiada ao PT, indica uma tentativa do Palácio do Planalto de renovar a gestão da pasta e ampliar a eficácia de suas ações políticas, buscando maior visibilidade e articulação institucional.
Desdobramentos e desafios
A troca no comando do Ministério das Mulheres ocorre em um momento em que a agenda de direitos das mulheres enfrenta complexidades, tanto pela disputa política interna quanto pelas demandas sociais crescentes. A nova ministra terá o desafio de reconstruir confiança interna e externa, intensificar a visibilidade das políticas públicas e construir articulações mais harmoniosas dentro do governo. A gestão deverá lidar com a gestão das expectativas da sociedade civil, movimentos feministas e dos setores governamentais, buscando superar os estigmas deixados pela administração anterior.
“Além dos desgastes políticos com o Palácio do Planalto, Cida também vinha sofrendo críticas no governo sobre sua atuação no ministério, que não estaria trazendo visibilidade à pasta.”
— CNN Brasil – Política
A mudança representa um possível reposicionamento estratégico do governo Lula para os próximos anos, sobretudo diante da proximidade das eleições e da necessidade de consolidar alianças políticas.
A condução destas alterações será crucial para o futuro da agenda de direitos das mulheres no Brasil, com implicações diretas na política de gênero e na formulação das políticas sociais do governo federal.
Fonte: (CNN Brasil – Política)