
Brasília — InkDesign News — Na segunda-feira (05), a Ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, foi demitida do cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em declaração à imprensa, Cida negou que a decisão tenha relação com as denúncias de assédio moral que enfrentou, afirmando que estas foram arquivadas e que a mudança decorre de uma necessidade de renovação na gestão do ministério.
Contexto político
A exoneração da ministra ocorre em um momento de reestruturação do governo Lula, que busca renovar o quadro ministerial para ampliar a atuação e trazer novas perspectivas. Cida Gonçalves foi alvo de denúncias de suposto assédio moral no início de 2024, com relatos de servidoras citando ameaças de demissão, cobranças em curto prazo e tratamento hostil, conforme divulgado pela imprensa. As acusações teriam ocorrido após um desentendimento com a então secretária nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política, Carmen Foro, exonerada em agosto de 2024 sob o argumento de má gestão.
O caso chegou ao Conselho de Ética e foi arquivado em fevereiro, sem registros formais nos canais internos de denúncia do Ministério das Mulheres. A ministra afirmou que a decisão pela exoneração não se baseou em incompetência ou rixas, mas em “uma troca de rumo, de momentos.”
Reações e debates
“Não contou a questão do assédio, eu preciso dizer aqui, isso foi arquivado, não existe, nós não temos denúncia no Ministério das Mulheres. Isso é tranquilo para mim e para o presidente.”
— Cida Gonçalves, ex-Ministra das Mulheres
Em coletiva, Cida destacou estar em um momento de esgotamento para avançar em sua gestão e ressaltou a importância de passagem para uma nova liderança no ministério. O presidente Lula escolheu para a vaga Márcia Lopes, assistente social, professora e filiada ao PT, que já integrou a administração do governo Lula em 2010, no Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
“Estou tranquila, leve, feliz, acho que não é uma troca por incompetência, por assédio, por rixa, não é isso. É uma troca de rumo, de momentos, tem hora que você está no limite do esgotamento daquilo que você pode avançar, ampliar e gente nova chega com um olhar novo e com uma outra perspectiva.”
— Cida Gonçalves, ex-Ministra das Mulheres
Desdobramentos e desafios
Com a nomeação de Márcia Lopes, espera-se que o Ministério das Mulheres retome seu papel central na formulação de políticas públicas focadas na igualdade de gênero e no combate à violência contra as mulheres, em consonância com as diretrizes do governo federal. A renovação ministerial também pode refletir a estratégia do PT para fortalecer a comunicação política e institucional, diante dos desafios sociais e políticos do momento.
A transição ocorre em um contexto de debates amplos sobre a efetividade das políticas de gênero no Brasil e a necessidade de ampliar a participação social e política na construção dessas agendas. O ministério enfrenta o desafio de avançar em pautas estruturantes que envolvem direitos sociais, enfrentamento à violência e promoção da igualdade racial e de gênero.
O futuro da pasta, sob a gestão de Márcia Lopes, será acompanhado pela sociedade civil e pelas instituições, que esperam continuidade e inovação na condução das políticas para mulheres no país.
Fonte: (CNN Brasil – Política)