Estrelas massivas expulsam matéria antes de se tornarem buracos negros

São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revela que estrelas muito massivas que se colapsam para formar buracos negros podem expelir muito mais material durante suas vidas curtas do que se supunha anteriormente. Cientistas estimaram que essas estrelas, com massas superiores a 100 vezes a do Sol, possuem ventos estelares extremamente poderosos, capazes de lançar suas camadas externas para o espaço.
Detalhes da missão
O estudo, liderado por uma equipe do Instituto de Estudos Avançados na Itália, analisou estrelas massivas na Nebulosa Tarântula, a aproximadamente 160 mil anos-luz de distância. Os pesquisadores utilizaram telescópios espaciais e terrestres para observar estrelas com mais de 100 massas solares pela primeira vez. A pesquisa teve como foco estrelas WNh, um tipo raro que está no final da fase de queima de hidrogênio, cuja temperatura chega a aproximadamente 72.540 a 90.000 graus Fahrenheit (40.000 a 50.000 graus Celsius).
Tecnologia e objetivos
A ciência detrás do estudo incorpora um novo modelo de evolução estelar, conhecido como PARSEC, que agora considera ventos estelares mais fortes. De acordo com o modelo, tais ventos não apenas mantém as estrelas quentes e compactas, como também afetam a formação de buracos negros. “Para essas estrelas muito massivas, seu vento estelar é mais como um furacão do que uma brisa leve”, enfatizou Kendall Shepherd, membro da equipe. “As fortes correntes de vento dessas estrelas e suas explosões de supernova ejetam novos elementos para o meio ambiente, contribuindo para a formação de novas estrelas e blocos de construção da vida.”
Próximos passos
O próximo foco da pesquisa será entender mais sobre a formação de buracos negros, especialmente aqueles de massa intermediária, que são desafiadores para os astrônomos. Os modelos anteriores, que utilizavam receitas de perda de massa mais fracas, muitas vezes falhavam em produzir a população observada de buracos negros em binários. “Nossos novos modelos, com ventos mais fortes, permitiram a formação de sistemas onde ambos os buracos negros têm massas consideráveis, algo que não conseguíamos produzir anteriormente”, disse Shepherd. A equipe também planeja ampliar suas investigações para outras composições químicas, e assim, refinar ainda mais suas previsões.
Essas descobertas não apenas aprofundam nosso entendimento sobre a evolução estelar, como também têm implicações significativas para a modelagem das populações de buracos negros no universo. A pesquisa destaca a complexidade das interações no cosmos e as condições que propiciam a formação de estruturas massivas.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)