
São Paulo — InkDesign News — O Instituto Butantan inicia os testes da primeira vacina brasileira contra a gripe aviária (H5N8), autorizados pela Anvisa, aguardando o aval da Conep. A pesquisa é uma resposta à ameaça potencial de uma nova pandemia.
Contexto e objetivos
A gripe aviária, especialmente a variante H5N8, representa um risco significativo para a saúde pública, uma vez que o vírus tem a capacidade de se adaptar e potencialmente causar infecções em humanos. O objetivo do Instituto Butantan é desenvolver uma vacina capaz de prevenir infecções e doenças graves causadas por esse vírus. O estudo inicialmente recrutará adultos entre 18 e 59 anos antes de avançar para a faixa etária acima de 60 anos.
Metodologia e resultados
O estudo consiste em um ensaio clínico em fases 1 e 2, com recrutamento de 700 voluntários em centros de pesquisa em Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo. A vacina será administrada em duas doses com intervalo de 21 dias. Os critérios de segurança e imunogenicidade já foram avaliados em estudos pré-clínicos em camundongos e coelhos, apresentando resultados positivos.
A meta do Butantan é acompanhar os participantes até 2026 para coletar dados abrangentes sobre a eficácia da vacina.
(“O objetivo é terminar o acompanhamento destes participantes em 2026, para ter dados que contemplem uma faixa etária ampla para a submissão do pedido de registro à Anvisa.”)— Instituto Butantan
Implicações para a saúde pública
A expectativa é que a introdução desta vacina proporcione uma camada adicional de proteção à população, especialmente em um cenário onde a transmissão inter-humana do vírus pode ocorrer. A diretora médica do Instituto, Fernanda Boulos, alerta que a adaptação do vírus à transmissão entre humanos é a principal preocupação. Ela enfatiza:
“Se isso acontecer, há chance de ocorrer uma epidemia.”
(“Se isso acontecer, há chance de ocorrer uma epidemia.”)— Fernanda Boulos, Diretora Médica, Instituto Butantan
Essa situação demanda ações preventivas robustas, como o monitoramento contínuo do vírus e o desenvolvimento de protocolos para garantir uma resposta rápida em caso de surto.
O Brasil possui capacidade de realizar exames laboratoriais e mantém estoques de medicamentos eficazes contra infecções por influenza, mostrando-se preparado para ações emergenciais. O Ministério da Saúde recomenda evitar o contato com aves doentes como a principal medida preventiva.
Fonte: (Agência Brasil – Saúde)