
Pasadena, Estados Unidos — InkDesign News — Uma nova pesquisa baseada em dados da espaçonave Dawn da NASA revela que Vesta, o segundo maior asteroide do Sistema Solar, não passou por uma diferenciação completa em um núcleo metálico, manto de silicatos e crosta basáltica, desafiando suposições anteriores sobre sua formação.
Contexto da descoberta
Descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers em 29 de março de 1807, Vesta é o único asteroide do cinturão principal visível a olho nu. Com uma forma elipsoidal medindo aproximadamente 286 x 279 x 223 km, ele gira uma vez a cada 5,34 horas e orbita o Sol em 3,63 anos. Por causa de seu grande tamanho, cientistas supunham que Vesta fosse um corpo diferenciado, similar aos planetas, com núcleo, manto e crosta definidos.
Entretanto, a pesquisa conduzida por Dr. Seth Jacobson, da Michigan State University, e colaboradores aponta para hipóteses que colocam em dúvida essa diferenciação total. “A primeira possibilidade é que Vesta passou por uma diferenciação incompleta, o que significa que iniciou o processo de fusão necessário para formar camadas distintas, como núcleo, manto e crosta, mas não o completou.”
“A primeira possibilidade é Vesta passou por uma diferenciação incompleta, o que significa que iniciou o processo de fusão necessário para formar camadas distintas, como núcleo, manto e crosta, mas não o completou.”
(“The first possibility is Vesta went through incomplete differentiation, meaning it started the melting process needed to give the asteroid distinct layers, like a core, mantle and crust, but never finished.”)— Dr. Seth Jacobson, Michigan State University
Métodos e resultados
A equipe utilizou a análise refinada dos dados radiométricos da Rede do Espaço Profundo da NASA e imagens embarcadas da Dawn para investigar o campo gravitacional e rotação de Vesta. O comportamento dinâmico do asteroide não corresponde ao esperado para um corpo com núcleo denso, evidenciando um interior menos diferenciado do que se acreditava.
A precisão dos dados foi aprimorada após quase uma década de calibração e processamento, permitindo que os pesquisadores detectassem características do interior profundo de Vesta antes ocultas em versões preliminares das observações.
“Depois de quase uma década refinando nossas técnicas de calibração e processamento, conseguimos um alinhamento notável entre os dados radiométricos da Rede do Espaço Profundo da Dawn e as imagens embarcadas.”
(“After nearly a decade of refining our calibration and processing techniques, we achieved remarkable alignment between Dawn’s Deep Space Network radiometric data and onboard imaging data.”)— Dr. Ryan Park, NASA Jet Propulsion Laboratory
Implicações e próximos passos
Esses achados indicam que a origem e evolução de Vesta são mais complexas e podem envolver processos únicos, como diferenciação planetária interrompida ou colisões tardias. Outra hipótese é que Vesta seja um fragmento de um planeta em formação no Sistema Solar primitivo.
Modelos adicionais precisam ser desenvolvidos para testar essas hipóteses e os estudos podem direcionar a análise de meteoritos ligados a Vesta. Adicionalmente, novas abordagens aos dados da missão Dawn podem gerar mais insights.
Esta pesquisa inaugura uma nova direção no estudo de mundos diferenciados, com potenciais impactos na compreensão da formação de corpos planetários e asteroides no Sistema Solar.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)