
Los Angeles, EUA — InkDesign News — Stephen Miller, conselheiro sênior do ex-presidente Donald Trump, se destacou como uma voz extrema contra a imigração nos Estados Unidos. Sua influência na política de deportação tem gerado controvérsias, especialmente à luz de seus investimentos em empresas associadas a essa agenda.
Contexto e lançamento
A Palantir, uma empresa de análise de dados, ganhou notoriedade ao firmar contratos lucrativos com o governo dos EUA. Recentemente, a empresa garantiu um contrato de 30 milhões de dólares para desenvolver o Immigration Lifecycle Operating System, que promete oferecer “visibilidade quase em tempo real” sobre imigrantes. Essa proposta está alinhada com a crescente imposição de políticas de deportação, expressas nas diretrizes de Miller, que frequentemente exalta suas estratégias agressivas, como a promessa de deportar pelo menos 3.000 pessoas por dia.
Design e especificações
O sistema desenvolvido pela Palantir integra diversos pontos de dados sobre indivíduos, possibilitando um controle sem precedentes sobre a população imigrante. O uso de tecnologia avançada para coletar e analisar informações pessoais levanta preocupações éticas significativas. Recentemente, a empresa recebeu um influxo de contratos federais, totalizando mais de 1 bilhão de dólares desde a posse de Trump no cargo, indicando que sua tecnologia é considerada crucial nas operações de agências como o ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega).
Repercussão e aplicações
A crescente fusão entre tecnologia e imigração desagradou não só defensores dos direitos humanos, mas também figuras políticas, inclusive alguns republicanos. O deputado Warren Davidson fez uma ressalva sobre a concentração de dados: “Quando você começa a combinar todos esses dados sobre um indivíduo em um único banco de dados, isso realmente cria uma identificação digital. E é um poder que a história diz que será eventualmente mal utilizado.”
(“When you start combining all those data points on an individual into one database, it really essentially creates a digital ID. And it’s a power that history says will eventually be abused.”)— Warren Davidson, Deputado, EUA
As operações do ICE, apoiadas por estratégias de Miller e pela tecnologia da Palantir, resultaram na detenção de um número recorde de 59.000 indivíduos, onde menos de 30% possuem registros criminais. O uso de força durante essas operações, como demonstrado no caso de Narciso Barranco, abduzido e agredido enquanto trabalhava, tem gerado indignação nas redes sociais e acendido debates sobre a violência das políticas atuais.
As informações disponíveis sobre ações de Miller, sua propriedade de ações na Palantir e outros interesses financeiros levantam sérias questões sobre conflitos de interesse. Embora a Casa Branca tenha afirmado que Miller se recusa a participar de questões oficiais que possam impactar suas ações, a população continua apreensiva sobre a influência dessa tecnologia nas vidas cotidianas.
Enquanto novas tecnologias continuam a emergir e serem aplicadas em contextos governamentais, a necessidade de um debate ético em torno de seu uso se torna cada vez mais urgente.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)