
São Paulo — InkDesign News — Uma nova pesquisa revela que a biofluorescência, a absorção de luz de alta energia e sua reemissão em comprimentos de onda mais baixos, é uma adaptação comum entre peixes e outros animais marinhos. Estudo do American Museum of Natural History indica que esse fenômeno pode ter surgido há 112 milhões de anos, evoluindo mais de 100 vezes entre diferentes espécies.
Contexto da descoberta
A biofluorescência é notória entre várias linhagens de vertebrados e invertebrados, especialmente entre os peixes que habitam recifes de corais. A pesquisa, conduzida por Emily Carr e colegas, resultou em um inventário de 459 espécies biofluorescentes, incluindo 48 que não haviam sido previamente reconhecidas como tais.
A maioria dessas espécies associadas ao fenômeno ocorre em ambientes de recife, evidenciando um padrão evolutivo que se intensificou após a extinção em massa do final do Cretáceo, há cerca de 66 milhões de anos.
Métodos e resultados
No primeiro estudo publicado na Nature Communications, os pesquisadores analisaram espécies conhecidas como teleósteos, o grupo de peixes ósseos mais diversificado. Eles descobriram que a biofluorescência se desenvolveu significativamente entre peixes de recifes, com uma taxa de evolução dez vezes maior em comparação às espécies não associadas a recifes.
A evolução da biofluorescência indica uma adaptação a ambientes de recife que poderiam ter facilitado a diversificação de peixes fluorescentes.
(“This trend coincides with the rise of modern coral-dominated reefs and the rapid colonization of reefs by fishes.”)— Emily Carr, Ph.D., American Museum of Natural History
O segundo estudo, publicado na PLoS ONE, utilizou uma configuração fotográfica especializada para examinar a gama de emissões fluorescentes de peixes da coleção de ictiologia do museu. Os dados mostraram uma variedade maior de cores emitidas do que anteriormente documentada, com algumas famílias de peixes exibindo até seis picos distintos de emissão fluorescente.
Implicações e próximos passos
Os resultados das pesquisas demonstram que a biofluorescência entre os peixes é, de fato, um fenômeno bastante variável, oferecendo um vasto campo para investigações futuras. Dr. John Sparks ressalta que a diversidade de padrões de emissão fluorescente pode indicar sistemas de sinalização complexos entre espécies.
A varied array of fluorescent fishes could mean that these animals use incredibly diverse and elaborate signaling systems based on species-specific fluorescent emission patterns.
(“The remarkable variation we observed across a wide array of these fluorescent fishes could mean that these animals use incredibly diverse and elaborate signaling systems based on species-specific fluorescent emission patterns.”)— Dr. John Sparks, Curador, American Museum of Natural History
A pesquisa sugere que a biofluorescência pode ter implicações para a identificação de novas moléculas fluorescentes, frequentemente utilizadas em aplicações biomédicas, como diagnósticos guiados por fluorescência e terapia.
Com essas descobertas, o campo da biofluorescência pode avançar, elucidando como essas características funcionam e seu papel na diversificação evolucionária.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)