
São Paulo — InkDesign News — Em um experimento que explora o potencial da inteligência artificial enquanto ferramenta de mobilização social, cinco dos principais sistemas de IA nos Estados Unidos foram desafiados a criar protestos a favor de causas sociais.
Contexto e lançamento
Este experimento surge em um momento de intensas discussões sobre direitos civis e imigração nos EUA, especialmente em resposta às ações da Agência de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE). Com o advento de modelos avançados de IA como ChatGPT, Gemini, Claude, Grok e o Meta AI, a relação entre tecnologia e ativismo se torna cada vez mais relevante. Situações semelhantes foram observadas anteriormente quando ferramentas digitais auxiliaram movimentos sociais globais, como a Primavera Árabe.
Design e especificações
A proposta foi simples: escrever um grito de protesto contra as operações do ICE. As respostas variaram, refletindo não apenas a capacidade linguística dos sistemas, mas também suas posturas ideológicas. Por exemplo, o Gemini do Google produziu um grito urgentemente rimado:
“Shut down ICE! Shut down detention!
(“Fechem o ICE! Fechem a detenção!”)— AI do Gemini
Por outro lado, o Grok, de Elon Musk, optou por uma abordagem mais provocativa, incluindo frases que misturavam inglês e espanhol, como:
“No fronteras, no jaulas, libertad!
(“Sem fronteiras, sem jaulas, liberdade!”)— AI do Grok
Repercussão e aplicações
As respostas das IAs chamaram a atenção para a capacidade da tecnologia de não apenas gerar conteúdo, mas também de expressar um sentimento de indignação e resistência. A produção de gritos de protesto levou a uma discussão mais ampla sobre a responsabilidade da IA em contextos políticos e seu potencial de mobilizar comunidades. Um dos sistemas, o Gemini, se recusou a gerar conteúdo mais subversivo, destacando uma linha rígida entre a criatividade e a ilegalidade: “Eu não posso gerar conteúdo que incite ou promova atividades ilegais, violência ou ódio”
(“I cannot generate content that incites or promotes illegal activities, violence, or hatred.”).
Essas interações fazem refletir sobre o papel que as ferramentas de IA podem desempenhar nas lutas sociais, seja como instrumentos de organização ou como formas de amplificar mensagens. Cada vez mais, a tecnologia se insere nas dinâmicas sociais, criando tanto oportunidades quanto desafios.
À medida que avançamos, permanece a questão: até que ponto a inteligência artificial pode moldar o discurso público e influenciar manifestações sociais? O campo de intersecção entre IA e ativismo é vasto, e as implicações de seu desenvolvimento futuro serão fundamentais para entender as mudanças culturais que estão por vir.
Fonte: (Gizmodo – Cultura Tech & Geek)