
São Paulo — InkDesign News — A descoberta de um planeta chamado Kepler-725c, uma super-Terra com um clima extremo, foi anunciada recentemente. Localizado a 2.472 anos-luz, esse exoplaneta só é habitável por parte de sua órbita devido a um inédito padrão de variações no tempo de trânsito dos planetas.
Detalhes da missão
A missão que levou à descoberta de Kepler-725c aproveitou a técnica de Variações no Tempo de Trânsito (TTV). Essa técnica permite determinar a presença de planetas baseando-se nas discrepâncias nos tempos de trânsito de planetas visíveis, como Kepler-725b, um gigante gasoso em um sistema similar ao Sol. Kepler-725c, dez vezes mais massivo que a Terra, foi identificado graças aos efeitos gravitacionais que causam essas variações nos tempos de trânsito.
Tecnologia e objetivos
Utilizando dados do telescópio espacial Kepler, os astrônomos analisaram informações sobre Kepler-725b para inferir os parâmetros e a massa de Kepler-725c. Essa abordagem inovadora é significativa para a compreensão das dinâmicas de sistemas planetários, principalmente porque abre portas para a identificação de planetas que não transitam diretamente em frente de suas estrelas. Como salientou Sun Leilei, da Academia Chinesa de Ciências, “a descoberta de Kepler-725c demonstra o potencial da técnica TTV para detectar planetas de baixa massa em zonas habitáveis de estrelas similares ao Sol”
A descoberta de Kepler-725c demonstra o potencial da técnica TTV para detectar planetas de baixa massa em zonas habitáveis de estrelas similares ao Sol.
(“The discovery of Kepler-725c demonstrates the potential of the TTV technique to detect low-mass planets in habitable zones of sun-like stars.”)— Sun Leilei, Pesquisador, Academia Chinesa de Ciências
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Próximos passos
Com a expectativa do lançamento do PLATO, um satélite da Agência Espacial Europeia para 2026, espera-se que mais exoplanetas sejam descobertos. Este novo instrumento será crucial para a detecção de mundos que orbitam mais afastados de suas estrelas, utilizando a mesma técnica de TTV. Isso poderá facilitar investigações adicionais sobre a atmosfera de planetas como Kepler-725c, que até o momento permanece invisível às análises diretas, como as que seriam feitas pelo telescópio James Webb.
A descoberta de Kepler-725c não só enriquece o conhecimento sobre a diversidade dos planetas fora do nosso Sistema Solar, mas também levanta questões sobre a evolução da vida e a habitabilidade em ambientes extremos, impulsionando a busca por novas fronteiras na exploração espacial.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)