
Contexto da descoberta
A nova espécie, chamada Taleta taleta, viveu no que hoje é o Marrocos durante o final do período Cretáceo, aproximadamente 66 milhões de anos atrás. Os pesquisadores sugerem que essa descoberta é emblemática de um fenômeno mais amplo de radiação adaptativa entre dinossauros lambeossaurinos na África, em um contexto geológico de fragmentação dos continentes.
A época foi marcada pela fragmentação da supercontinente Pangeia e pelos altos níveis de maré eustática, resultando em uma diversidade de faunas de dinossauros isolados em diferentes partes do mundo. “Os dinossauros da casta lambeossaurina eram variados no Marrocos, com pelo menos três espécies coexistindo”
“O período Cretáceo viu as últimas etapas da divisão do supercontinente Pangea e altos níveis de mar.”
(“The Cretaceous period saw the final stages of the breakup of the supercontinent Pangea and high eustatic sea levels.”)— Nicholas Longrich, Paleontólogo, Universidade de Bath
Métodos e resultados
As mandíbulas associadas de Taleta taleta foram descobertas em depósitos fósseis da fase Maastrichtiana, na Bacia de Oulad Abdoun, que consistem em areias, marls e calcários fósseis em um ambiente marinho raso. Os fósseis encontrados indicam que esses depósitos variam entre 72 e 66 milhões de anos atrás.
Com a descoberta de Taleta taleta, o número de espécies conhecidas da tribo Arenysaurini no Marrocos chega a três. A primeira, Ajnabia odysseus, tinha mostrado que lápidos conseguiram se dispersar para a África durante o Cretáceo tardio, apesar da separação por oceanos. Essa nova espécie, portanto, oferece insights sobre como os dinossauros navegaram e se adaptaram a novas áreas após sua dispersão.
Implicações e próximos passos
A variação nas morfologias das mandíbulas e dentes dos arenysaurinos africanos sugere uma radiação adaptativa impulsionada por dispersão, com os lambeossaurinos se diversificando rapidamente para ocupar novos nichos. “O impacto da radiação africana coincide com a queda dos lambeossaurinos na América do Norte, sublinhando a natureza regional da evolução dos dinossauros”
“A descoberta sugere uma diversificação rápida dos lambeosaurinos após a dispersão da Europa para o norte da África.”
(“The striking variation in jaw and tooth morphology seen in African arenysaurins suggests a dispersal-driven adaptive radiation, with lambeosaurines rapidly diversifying to occupy new niches following dispersal from Europe into North Africa.”)— Nicholas Longrich, Paleontólogo, Universidade de Bath
O estudo ressalta a importância de investigações sobre a evolução regional de dinossauros isolados para entender a biogeografia dos períodos históricos. A equipe planeja investigar outras amostras fósseis da região para aprofundar a compreensão sobre a diversidade de dinossauros na era do Cretáceo.
Fonte: (sci.news– Ciência & Descobertas)