PHNX Materials gera concreto carbono-zero com resíduos de carvão

Berlim — InkDesign News —
O reaproveitamento de resíduos de carvão na produção de concreto apresenta uma inovação promissora para a sustentabilidade na construção civil e a redução das emissões de carbono na indústria de materiais. Essa abordagem resgata uma antiga técnica para um futuro mais verde.
Tecnologia renovável
Apesar do declínio da geração elétrica por carvão nos Estados Unidos — de 51% para 15% hoje —, a cinza volante produzida por essas usinas contém propriedades valiosas para a construção civil, como capacidade de estabilizar o concreto. A PHNX Materials desenvolveu um processo para purificar essa cinza, removendo enxofre e carbono indesejados, que impactam negativamente na qualidade do concreto.
“Cinza pode ser usada para substituir até 30% do cimento.”
(“Ash can be used to replace up to 30% of cement.”)— Krish Mehta, Cofundador e CEO, PHNX Materials
A otimização dessa matéria-prima evita que o setor concrete a adição excessiva de cimento, cuja fabricação gera emissões consideráveis de CO2 — cerca de 0,8 tonelada por tonelada produzida, segundo a EPA. Assim, aumenta-se a durabilidade das estruturas e diminui-se a pegada de carbono da construção.
Redução de CO₂
Com a escassez de cinza volante de alta qualidade após o fechamento de várias usinas, o uso nessa proporção tem caído para cerca de 8%, substituído por cimento, que é quase o dobro do custo da cinza. O processo da PHNX recupera essa matéria-prima de aterros, além de extrair enxofre e alumínio para outros usos industriais, como fertilizantes.
“Sentimos que desbloquear uma nova oferta de cinza foi o modo mais escalável e rápido de descarbonizar o setor.”
(“We felt that unlocking a new supply of ash was the most scalable and quickest way to decarbonize the sector.”)— Krish Mehta, Cofundador e CEO, PHNX Materials
Além disso, a tecnologia está explorando a extração de elementos de terras raras, ponto que pode ampliar ainda mais a sustentabilidade e a economia circular na indústria de materiais.
Casos de uso
O uso de cinza na construção não é novo: os romanos antigos utilizavam cinzas vulcânicas para criar estruturas duradouras, enquanto órgãos estatais, como o Caltrans, exigem pelo menos 25% de cinza volante no concreto para obras públicas.
“Quando se gasta um bilhão de dólares numa rodovia ou ponte, deseja-se que elas durem pelos próximos 100 anos.”
(“When you spend a billion dollars on a highway or on a bridge, you want it to last the next 100 years.”)— Jorge Osio-Norgaard, Cofundador e CTO, PHNX Materials
O processo da PHNX pode representar uma solução para garantir qualidade, longevidade e menor impacto ambiental em infraestruturas importantes, especialmente em um cenário global de transição para energias renováveis.
Essa inovação contribui diretamente para a redução das emissões associadas ao setor de construção, alinhando-se às políticas de sustentabilidade e legislação ambiental que vêm ganhando força no mundo todo.
Fonte: (TechCrunch – Climate / GreenTech)