
São Paulo — InkDesign News —
Um estudo recente liderado por Janvi Madhani, da Universidade Johns Hopkins, investiga como as galáxias anãs que orbitam grandes galáxias como a Via Láctea tendem a alinhar-se em planos, um fenômeno que sugere novas dinâmicas na formação galáctica.
Detalhes da missão
A pesquisa, publicada em abril na revista The Astrophysical Journal, revisita a evolução de 12 galáxias simuladas semelhantes à Via Láctea. Os cientistas observaram como o fluxo de matéria escura e gás sobre bilhões de anos influencia as posições e órbitas das galáxias anãs. As simulações indicam que, contrariamente à crença de que essas galáxias se dispersariam aleatoriamente, elas tendem a manter uma configuração plana sob certas condições. Este padrão pode ser visto em galáxias como a Via Láctea e a Andrômeda, onde a disposição das galáxias anãs é uma característica marcante.
Tecnologia e objetivos
Os modelos computacionais utilizados no estudo possibilitaram uma análise em alta resolução, permitindo que os pesquisadores observassem a evolução do gás com maior precisão. “Quando se trata de alinhamentos de galáxias anãs, podemos esperar que eles ocorram em cerca da metade — e talvez até 70% — das galáxias semelhantes à Via Láctea e Andrômeda”, diz Madhani.
(“When it comes to alignments of dwarf galaxies, we should expect them to occur in roughly half — and perhaps up to 70% — of galaxies like the Milky Way and Andromeda.”)
Além disso, o estudo introduziu os conceitos de “zipper” e “twister”, que descrevem como filamentos de gás podem se conectar e evoluir, influenciando a configuração das galáxias anãs. No caso do “zipper”, o alinhamento é facilitado quando os filamentos se fundem de maneira a criar um plano de gás que eventualmente resulta em uma coleção de galáxias anãs. Por outro lado, o “twister” se refere a uma fusão que desloca o plano sem destruí-lo.
Próximos passos
Com o avanço das simulações e observações, os pesquisadores planejam investigar mais profundamente as interações de gás e matéria escura nas galáxias em formação. A comunidade científica está particularmente atenta às descobertas proporcionadas pelo Telescópio Espacial James Webb, que revelou galáxias surpreendentemente maduras em tempos cósmicos muito iniciais. O que essas descobertas significam para a nossa compreensão da cosmologia ainda está sendo debatido.
O novo estudo não demonstra uma tensão significativa entre as expectativas sobre a matéria escura e o que realmente ocorre durante a formação de galáxias, o que é encorajador.
(“The new study does not reveal a significant tension between what we expect dark matter and gas to do when building galaxies and what actually happens, which is reassuring.”)— Janvi Madhani, Pesquisadora, Universidade Johns Hopkins
O entendimento das interações entre matéria escura, gás e a formação de galáxias é fundamental não apenas para explicar fenômenos observáveis, mas também para expandir nossos horizontes em relação ao cosmos.
Fonte: (Space.com – Space & Exploração)