
Brasília — InkDesign News — O depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, no Supremo Tribunal Federal (STF) foi remarcado para quarta-feira, 21 de junho, às 11h30. A oitiva integra a ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado pós-eleições de 2022.
Contexto político
A investigação teve início a partir de denúncias e levantamentos realizados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontam a existência de um “núcleo crucial” articulando uma ruptura democrática. Baptista Júnior foi indicado como testemunha tanto pela PGR como pelas defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos ex-comandantes da Marinha e do Exército, Almir Garnier e Paulo Sérgio Nogueira, respectivamente.
Durante a fase inicial da investigação pela Polícia Federal (PF), o ex-chefe da Aeronáutica prestou depoimento em que afirmou ter participado de reuniões cujo conteúdo apontava para a elaboração da chamada “minuta do golpe”. Segundo ele, houve discussões explícitas sobre o plano golpista, às quais ele se posicionou contrário.
Reações e debates
A decisão de adiar a oitiva foi tomada a pedido do próprio Baptista Jr., que alegou estar em viagem internacional, conforme despacho do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no STF. As sessões, todas realizadas por videoconferência, contam com a presença das defesas dos acusados e representantes da PGR.
“Ele relatou ter se posicionado contra a ideia de uma ruptura democrática. Após a recusa em apoiar a iniciativa, o militar relatou ter sido alvo de críticas e ataques nas redes sociais de apoiadores de Bolsonaro.”
— CNN Brasil, Reportagem
Nesta semana, o tribunal iniciou a oitiva das primeiras testemunhas indicadas pela acusação, entre elas empresários e oficiais ligados ao Ministério da Justiça e à Polícia Rodoviária Federal, que teriam participado da montagem de documentos falsos e ações para dificultar o deslocamento de eleitores no segundo turno das eleições presidenciais.
Desdobramentos e desafios
O andamento da ação penal no STF representa um marco nas discussões sobre a integridade do processo eleitoral brasileiro e a preservação das instituições democráticas frente a tentativas de desestabilização. As audiências seguintes poderão aprofundar a compreensão das articulações internas das Forças Armadas e de setores da sociedade civil envolvidas na trama.
“As primeiras oitivas são de nomes listados pela acusação, a PGR, relacionadas ao chamado ‘núcleo crucial’ da plano de golpe.”
— Ministro Alexandre de Moraes, STF
A agenda política futura dependerá do desdobramento dessas investigações, da resposta das instituições e de medidas legislativas reforçando os mecanismos de prevenção a tentativas golpistas. O acompanhamento rigoroso do caso pelo STF sinaliza um compromisso com a transparência e o rigor no enfrentamento das ameaças à democracia brasileira.
Fonte: (CNN Brasil – Política)