
Montenegro — InkDesign News — Nesta sexta-feira (16), o Brasil confirmou seu primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no interior do Rio Grande do Sul, levantando preocupações no setor avícola e no mercado de exportação de carne de frango, que corresponde a cerca de 15% das exportações brasileiras.
Panorama econômico
Com a confirmação do caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em Montenegro, a resposta do governo foi imediata, com a decretação do estado de emergência zoossanitária por 60 dias. As autoridades sanitárias implementaram medidas rigorosas como o abate sanitário e o rastreamento de contatos, visando conter a disseminação do vírus. A situação se torna ainda mais crítica considerando que o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo e responsável por 35% do comércio global, com uma larga fatia das suas exportações destinadas a mercados externos, incluindo a China e países do Oriente Médio.
Indicadores e análises
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), antes do ocorrido, o mercado interno registrava preços firmes para a carne de frango e ovos, sustentados pela forte demanda de exportação. “A posição (do governo) foi firme. A equipe técnica fez um processo bem estruturado e célere de resposta para mostrar que não há impactos em outras granjas”, afirmou Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, em entrevista à CNN. No entanto, a suspensão de importações por parte da China, União Europeia e Argentina já começar a influenciar as expectativas do mercado, com os especialistas prevendo uma possível sobreoferta que impactaria os preços.
Impactos e previsões
Os efeitos diretos no setor são evidentes, com produtores já enfrentando desafios significativos em função do aumento das incertezas. “Notícias como essa geralmente causam medo e chamam bastante atenção, mas é importante parar e analisar com um pouco mais de calma”, ressaltou Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital. As expectativas não são otimistas, com convocação para revisão das estratégias de hedge e acesso a linhas de crédito emergencial. “O agronegócio segue sendo um dos motores da economia brasileira, mas episódios sanitários como esse reforçam o quanto a gestão de risco financeiro é parte essencial da sustentabilidade do setor”, acrescentou Matta, CEO da Audax Capital.
Para seguir a monitorar a situação, resta avaliar os desdobramentos da diplomacia comercial e a resposta dos mercados internacionais, enquanto o setor aguarda medidas adicionais para mitigar os impactos das restrições comerciais que podem ocorrer nas próximas semanas.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)