
São Paulo — InkDesign News — A inadimplência das empresas no Brasil alcançou 7,3 milhões em março, o maior número desde o início da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, ressaltando o impacto de juros elevados no cenário econômico.
Panorama econômico
O cenário econômico brasileiro continua desafiador, com a inflação crescente e a persistência de taxas de juros elevadas, que atingem 13,75% ao ano. Em um contexto global de incertezas, especialmente com a expectativa de políticas monetárias restritivas em diversas economias, o Brasil enfrenta dificuldades em manter um crescimento sustentável. A inadimplência das empresas reflete não apenas a realidade econômica nacional, mas também as pressões do mercado internacional, que influenciam a confiança do consumidor e as decisões de investimento.
Indicadores e análises
De acordo com a Serasa, entre fevereiro e março, o número de empresas negativadas cresceu de 7,2 milhões para 7,3 milhões, e o total de dívidas subiu de R$ 164,2 bilhões para R$ 169,8 bilhões. O setor de Serviços lidera as inadimplências, com 53% das empresas afetadas, seguido pelo Comércio (34,8%) e Indústria (8,0%). “O cenário de inadimplência recorde entre as empresas reflete os efeitos prolongados de juros elevados”, afirmou a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack. (“The record default scenario among companies reflects the prolonged effects of high interest rates.”)
“Esses são os mais impactados porque, em geral, têm menor capital de giro, maior dependência do crédito bancário e menos margem para absorver oscilações do mercado.”
(“They are the most affected because they generally have lower working capital, greater dependence on bank credit, and less margin to absorb market fluctuations.”)— Camila Abdelmalack, Economista, Serasa Experian
Impactos e previsões
As pequenas e microempresas foram particularmente afetadas, somando 6,9 milhões de negócios inadimplentes, com um total de mais de 48 milhões de dívidas. Esse cenário pode levar a um aumento no fechamento de empresas, especialmente nas regiões com as maiores taxas de inadimplência, como o Distrito Federal (40,9%) e Alagoas (40,3%). Especialistas projetam que, sem um ajuste significativo na política de crédito e juros, o número de empresas em dificuldade poderá aumentar, afetando não apenas a economia local, mas também a recuperação econômica mais ampla.
Com essas circunstâncias desafiadoras, o futuro próximo demanda uma análise cuidadosa das estratégias de financiamento e uma possível intervenção governamental para mitigar o impacto da inadimplência sobre a atividade econômica.
Fonte: (CNN Brasil – Economia)