
São Paulo — InkDesign News — O governo federal, em conjunto com o governo estadual de São Paulo, firmou um acordo para tratar da situação da Favela do Moinho, localizada nos Campos Elísios, região central da capital paulista. A decisão ocorreu em meio a conflitos e discussões sobre a remoção das famílias que residem no local, envolvendo ministros do governo e secretários estaduais, no dia 15 de maio de 2025.
Contexto político
A Favela do Moinho tem sido objeto de disputa entre o governo do estado de São Paulo, conduzido por Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governo federal, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde o anúncio da remoção das famílias no início do ano, o local tem registrado confrontos entre policiais e moradores. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do estado está demolindo casas desocupadas na área, que pertence à União. A tensão aumentou após um ofício da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) indicar aval para a descaracterização das moradias, seguido pela suspensão da cessão do terreno pelo Ministério da Gestão, que alegou não compactuar com o uso de força policial contra a população.
Reações e debates
Durante uma coletiva, o ministro das Cidades, Jader Filho, destacou a prioridade de garantir uma saída pacífica para as famílias realocadas.
“Nós vamos trabalhar conjuntamente para a solução da questão da Favela do Moinho, primeiro o governo federal vai entrar com subsídio para as famílias na ordem de R$180 mil reais e o governo de São Paulo vai entrar com um recurso da ordem de R$ 70 mil, totalizando R$250 mil reais é o limite, é o teto das moradias que serão adquiridas.”
— Jader Filho, Ministro das Cidades
Ele também explicou que a aquisição das moradias será feita pelo programa Minha Casa Minha Vida e Casa Paulista, com um modelo de compra assistida, já aplicado no Rio Grande do Sul.
Por sua vez, a Secretaria de Habitação do estado afirmou que a área enfrenta problemas graves como alta incidência de tuberculose, infestação de escorpiões, risco de incêndios e presença de tráfico de drogas, justificando a remoção das famílias. O valor do auxílio “Aluguel Social” será ampliado para até R$ 1.200 durante o período de transição.
Desdobramentos e desafios
O acordo prevê diálogo e articulação constantes entre os governos federal e estadual para garantir segurança e uma transição pacífica para as famílias afetadas. O desafio imediato está em balancear as medidas de remoção e as condições sociais e sanitárias da comunidade, além de preservar a dignidade dos moradores durante o processo. O foco na compra assistida e na ampliação do aluguel social representa uma tentativa de mitigar os impactos da desocupação forçada no curto prazo.
O processo seguirá avaliando as condições estruturais e sociais da Favela do Moinho, e a continuidade do diálogo será crucial para evitar novos conflitos e garantir o cumprimento dos direitos das famílias.
Fonte: (CNN Brasil – Política)